sábado, 3 de janeiro de 2009

timbrado & circunflexos

está incrivelmente quente aqui hoje, incrivelmente quente aqui. ou, em português castiço, não dá nem para acreditar em toda esta quantidade de calor. não está dando nem para usar o tradicional 'jeans e camiseta'. infelizmente, temos que apelar para o shortinho. um verdadeiro retrocesso. não tem como não me sentir como se estivesse voltando aos anos oitenta. só falta agora usar uma viseira com o intuito de proteger a vista do sol, e/ ou fazer um corte de cabelo asa delta, para refrescar a cuca.

isso me faz parar pra pensar: quem lucra com todo esse hype? você? eu com certeza não ganho nem um dólar furado com essa coisa toda. já me sinto embaraçado de ter que usar o shortinho, pois sempre aparece um engraçadinho que fica insinuando de que eu estou fazendo propaganda desse re-modismo. rapaz, se isso já era constrangedor naquela época, imagina hoje...

hoje a inspiração não bateu à minha porta. muito menos a piração. essa eu dispenso. não quero ser o tipo da pessoa que sai à rua e os outros ficam cochichando: 'tá vendo aquele cara ali? eu o vi ontem no super pop. é doidinho!'. ao que a outra pessoa responde: 'é, ele foi no jô soares também, e foi o jurado da dança dos famosos no domingo passado'. ' já viu a imitação que fizeram dele no Pânico? igualzinho'. extravaganza for export não é comigo. não tenho vocação nem para carmem miranda nem para ricky martin, nem muito menos quero bancar o gerald thomas e ficar cumprimentando todo mundo com selinho. 'esquisitices' da zona sul carioca, dar o rabo em direção ao cristo redentor assim como os muçulmanos fazem as suas orações virados em direção a meca. isso não é vida para mim. se é vida para você aí de shortinho verde, então vai te catar. queres ver e ser visto? mais ser visto do que ver? quer transformar as boates do momento em um espelho gigantesco para que faças a sua apoteose? então segue o teu caminho e vai! quem mandou não nascer em londres ou em ibiza?

quem inventou o trabalho não só não tinha mais o que fazer como merecia ser surrado em praça pública. merecia ser apedrejado por vários. e a sua invenção teria que ser abolida para sempre. imagina. por que não podemos receber para simplesmente repousar sob a sombra de um jatobá, ao sabor da brisa primaveril? qual é o problema de levar a vida na flauta? por que as pessoas hostilizam tanto aqueles que se dedicam à mais harmoniosa vadiagem? quer dizer, há sempre as excessões, né? tem aqueles que não fazem nada para agradar a deus e no entanto são altamente reverenciados. por exemplo, do chiquinho scarpa ninguém fala nada, né?

Nenhum comentário: