quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

genipapos perdidos

falei das flores. dos gerânios, das dormideiras, das bromélias, e de muitas outras. e não tem como falar de flores sem citar as coroas de flores. aquelas mesmas que se bota em cima dos caixões. é engraçado isso. ela (sim, ela mesma) atormentou a cabeça do coitado sem parar durante os últimos anos de vida dele, e na hora do enterro fez questão de presenteá-lo com a maior coroa de flores de todo o cemitério. ouso dizer que foi o presente mais precioso que ela deu pra ele. eu ia dizer "presentes que ele recebeu em vida", mas logo vi que essa sentença não seria correta neste contexto. sim, pra vocês verem, a coroa de flores (que não era nem aqueeela coroa...) foi o presente mais precioso, sem sombra de dúvida. Os dois filhos? tsc, tsc. fica difícil saber qual dos dois deixava o velho pai mais desgostoso: o menino ou a menina. a menina entrou de cabeça nessa onda de igualdade dos sexos, moda unissex e coisa e tal, e se veste como se fosse um fazendeiro. macacão jeans, galochas, e às vezes não usa nem brinco nem batom. o filho é aquilo. o extremo oposto, mas igualmente fervoroso seguidor da moda unissex. foi só sair da infância e adentrar no maravilhoso mundo da adolescência que o menino resolveu virar um curtidor de moda. e essa onda de curtir a moda e transar as manias do momento inclui flertar com o homossexualismo, a depravação gratuita e o consumo abusivo de substâncias alteradoras do estado de consciência. agora vê se um homem honrado, honesto e trabalhador como ele era merece um sofrimento desses? foi uma rasteira muito bem dada pelo destino. um golpe traiçoeiro dos mais baixos. infelizmente não tive acesso ao seu laudo, mas garanto que a causa mortis deve ser algo como "dotô, por favô, mi ajude-me. o meu coração zin já não tem mais aquela resistência dos 19 anos. tem certas coisas que eu sou obrigado a ver no sieo do meu próprio lar que benza deus. o ser humano está sempre falando na busca pelo progresso, para resolver os problemas que afligem a humanidade...mas que modernidade é essa que nos dá de presente visões e sons que parecem ilustrar o fim dos dias? antes que o mundo todo se acabe ou se transforme em um local totalmente inabitável para um humilde servo do nosso senhor jesus cristo, eu imploro: pare o bonde da vida agora, pois eu quero e preciso desesperadamente descer".

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

origami do sul

ele é o primeiro a chegar, e o último a sair. todo dia tem que ouvir a mesma piadinha besta: "dormiu aqui?". e olha que ele nem morava ao lado. pra chegar ele tinha que pegar dois ônibus, quase duas horas de sufoco, e invariavelmente era assim: o primeiro ônibus ele pegava já entupido de gente, mal dava pra ele entrar. no segundo há de se dizer que a coisa ficava mais tranqüila, pois ele pegava no ponto final. dessa forma, ele podia até escolher o acento. em compensação era o trecho do trajeto que tinha o trânsito mais enjoadinho. e ele nem gostava do serviço, pra dizer a verdade. estava lá só pelo arame mesmo. era um pacifista, não gostava nem um pouco dessa estória de tiro, pontaria, revólver... na ocasião do plebiscito de 2005 ele voltou pelo desarmamento, e ainda fez campanha junto aos amigos e aos vizinhos de condomínio. nesse dia lá foi ele e o seu vizinho, que não parava de reclamar da proibição de venda de bebidas alcoólicas. parecia chicago nos anos quarenta, como diz aquela canção popular. futebol? futebol para ele era sinônimo de violência. "é só botar no noticiário que logo vocês vêem que eu tenho razão", ele não se cansava de dizer. "é jogador baixando cacetada no juiz, é torcedor invadindo o campo e dando tesoura voadora nos outros. é torcida contra torcida... às vezes há brigas até entre torcidas do mesmo time. você não vê essa mesma violência entre os jogadores de gamão, de víspora, de ludo, resta um...". sim, ele era um grande entusiasta dos jogos de tabuleiro. damas e xadrez ele não transava muito. o primeiro ele achava chato mesmo, e o segundo ele nunca se interessou muito em aprender. baralho também não lhe enchia os olhos. "é jogo de malandro", ele dizia. "é o primeiro passo pra depois comprar umas garrafas de destilados, um cigarrinho de maconha, uma pistola, e assim sucessivamente". os amigos o consideravam exagerado, um antiquado mesmo. cheio de grilos na cuca, não transava isso, não transava aquilo... mas se você estava em apuros e precisava de uma ajuda, sabia logo com quem podia contar. até que um dia o improvável aconteceu: depois de muitas tentativas frustradas, o cupido finalmente acertou uma flecha em péricles. péricles é um rapaz cheio de energia e que se amarra em curtir altos agitos, e que acha que a vida é pra ser vivida. não se estressa com nada, só com o seu próprio nome, do qual nunca foi muito fã. prefere que o chamem de pepê, tal qual um de seus maiores ídolos. nos fins de semana, quando não estava isolado da civilização transando o corpo e travando um contato mais intenso com a mãe natureza, se transformava no maestro da night e, como se diz por aí, 'pegava todas'. não era muito adepto do relacionamento sério. "amores vêm e vão, são aves de verão", ele costumava dizer, repetindo os versos de uma de suas canções favoritas da nossa MPB. MPB sim, e pra mim isso é mais popular do que as intelectualoidices do caetano ou o zeca baleiro, nem um pouco popular, diga-se de passagem, falando sobre stephen fry. como se o popular que assiste ao programa do faustão emendado com o jogo de futebol novamente emendado com o faustão, e que torce pelo seu ator favorito na dança dos famosos e pipoca de rir com as videocassetadas, estivesse muito interessado em stephen fry ou em saber que na hora do lunch ele vai de ferry boat. haja paciência, já dizia humberto gessinger.

sábado, 27 de dezembro de 2008

garoa do terror

Desde que eu sou um guri mínimo, fininho que nem um mosquito, eu ouço falar sobre o tal pulo tecnológico da China. Uma modernidade sem precedentes. Tecnologia beirando os limites da imaginação humana. E tinha um moleque chato que cismava que os baluartes da tecnologia e desenvolvimento eram os portugueses. Puro bairrismo babaca, só porque a familia dele por parte de pai era composta basicamente formada por gente da nacionalidade anteriormente citada. Ou seria a família por parte de mão que... ah, que me importa? Como torta?

Passaram-se quase vinte e cinco anos, e os chineses não dominaram o mundo, como todos nós achávamos que fosse acontecer. Faz até mais sentido dizer que a Coca-cola já tomou conta da China.

E a nossa cidade? Cada vez mais violenta...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Japonês folclórico

Foi eleito o novo prefeitinho da Zona Suda carioca, Francesco Bouarc d'Ollaynez Morelembaum III, o Chiquitito.

Passando por cima de tudo e de todos, a primeira providência que ele tomou foi a de iniciar novas construções do metrô. Só que, vejam só como é a megalomania de determinados espécimes da raça humana: uma megacomplexa linha de metrô ligando a capital carioca às principais capitais da América do Suda. Quando questionado sobre o porquê dessa obra faraônica, Chiquitito respondeu: "Ah, bicho. Sabe como é, né? América do Suda, Zona Suda...". Ui. Uma integração até a estação Palermo, por favor...

Agora, estação pro Pechincha eles não fazem. Mas se eu quiser ir pra Caracas é só fazer uma baldeação quando chegar à Pavuna. Disse Ciquinho:

"É claro que com o avião fica bem mais rápido chegar a Buenos Aires. 3 horas, nada mais. Mas em compensação de metrõ você fará essa viagem com um preço mais de 100 vezes barato."

O povo aplaudia até as mãos ficarem encarnadas e em brasas. Até aí, tudo bem. Ele poderia nesse momento revelar que a constituição óssea das suas vias teve que ser substituída por platina que as pessoas aplaudiriam da mesma forma.

Do outro lado da rua, sentados no meio fio, estavam Soró, o ceguinho, e seu fiel companheiro, o jovem Jiló. Soró, com ouvidos atentos, pergunta para o seu jovem ajudante:

"Jiló, é um ônibus ou um caminhão que está a passar?"

"É um caminhão, Soró."

"Ah, tá. Hoje em dia é difícil distinguir o som de um e de outro."

domingo, 30 de novembro de 2008

cabritos

Ela só gosta de safado! Não adianta. E dá dó, sabe? Com aquele ar angelical, aquele excesso de candura que chega dói a vista... e dói os ouvidos viver num mundo assim tão poluído. Seus filhos a maltratam, causam-lhe uma série de calores que aos poucos vão minando a sua resistência. o primeiro chega de um jeito, o segundo de outro, o terceiro então... nem te conto. E já que eu não vou contar, então vamos passar para o segundo tópico.

Todos estão andando, porém andando muito, mas muito mais devagar do que você. Você tem que fazer um esforço para não atropelar ou passar por cima dessas pessoas. Isso é entretenimeeento. Isso é entretenimeeento. Mas se isso é entretenimeeento, então isto é pão de rabanada.

E isso me faz lembrar mais dele do que dela. e é melhor que as coisas sejam assim mesmo, e que continuem assim, pois eu gosto assim. Pensou saúde, pensou Assim.

Terceiro trópico: sangue e vinho. Tão narrados na prosa européia, e tão cantados na música desse mesmo continente. Onde termina um e começa o outro? Onde termina o Conde Drácula e onde começa o Rod Stewart? Onde termina o goiachup (esqueci a marca desse condimento) e onde começa a groselha Milani? Onde termina Vigário Geral e onde começa Blumenau? Onde termina a churrascada e onde começa a missa?

Agora, um pensamento um pouco mais profundo. E se não terminar um para que o outro possa começar? Por exemplo: se você for em qualquer missa um pouco mais ortodoxa você mui provavelmente deparar-se-á com um pároco falando que o vinho que ele está a beber e depois beber mais um pouco representa o sangue de Cristo. Mas, imagino eu que havia algum feitiço em gezuis que fizesse com que o seu sangue tivesse um prazo de validade tão duradouro. Além disso o maluco devia ser grande e enjoado pra dedéu porque, pensem bem. Em sabe-se lá quantos países do mundo, todas as semanas celebra-se com o sangue desse aí, aos litros e mais litros. Vai ter sangue assim... e a quantidade de álcool no sangue dele? Tavares, aquele da Biscoito, perde.

Ranzinza perde. Os caras do Metallica perdem. João Canabrava perde. O Miéle perde. Chico Buarque perde. O Peréio perde. Djavan perde. Ivan Lins perde. Nando Reis perde. Jairo Almeida perde. Jânio Quadros perde. Robson Hipólito perde.

sábado, 29 de novembro de 2008

pule salte pule

Coabitação involuntária? A sinopse seria mais ou menos assim: um jovem casal mora em uma cidade na fronteira do país, e junto com eles moram seus dois filhos e 3 crianças alienígenas. Ele é um adestrador e psicólogo de cães que tem os seus serviços sempre anunciados na Rede Bandeirantes de Televisão. Ela é uma cantora que será sempre lembrada como um jovem talento que vendeu muitos discos enquanto gravava pela Discoban. O seu filho mais velho apanhava na escola do Cauê, do programa Bom Dia e Companhia, do Sistema Brasileiro de Televisão. E a menina está no primeiro ano do ensino fundamental aprendendo a ler e a escrever. Ainda não tem a mínima idéia de qual é a sua missão em nosso planeta, e, ao contrário dos outros 3 membros da sua família e das três crianças, nunca leu Alan Kardek ou o Cândido. Na verdade boa parte da féria recebida por ele, o pai da família, vem do adestramento, pois pouca gente leva a sério a psicologia canídea. Já o adestramento muitas vezes mostra-se necessário. Principalmente o adestramento dos ouvidos, antes da audição de bandas como The Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine. Mas pra quem tem dinheiro sobrando e juízo de menos, por que não levar o cão para uma consulta? Imagine a cena. Você é um endinheirado capitalista que não sabe mais em que gastar o seu rico dinheirinho. E por algum acaso você tem um lulu da Pomerânia. Um belo dia você está em sua casa à tarde e vê um programa da TV Bandeirantes onde aparece um anúncio para psicólogo de cães. Olha, que maravilha! Mais um lugar para jogar o meu dinheiro fora! Você toma nota do telefone que aparece no seu vídeo, e na mesma hora passa um telefonema para esse psiquiAUtra. Consulta marcada, lá vai você com o seu lulu da Pomerânia que, apesar do semblante, é macho. O mesmo pode se dizer da sua pessoa. O dotô o recebe, cumprimenta a sua pessoa e a "pessoa" do lulu da Pomerânia, que se chama Jabs, e adentram o consultório. O dotô pede para você esperar do lado de fora, para não constranger o Jabs, que segundo o dotô parece estar um tanto quanto sorumbático, macambúzio mesmo. Uma hora depois termina a sessão, e aparentemente Jabs está com a mesma aparência. Mas você concorda com o dotô quando este lhe diz que Jabs já aparenta mais confiança e determinação. Mas mesmo assim o dotô recomenda mais algumas sessões, para que então o serviço possa se dar como concluído. Você, é lógico, concorda. O indivíduo faz cinco anos de universidade, mestrado disso, doutorado daquilo... como não acreditar no que ele diz? E então o dotô diz que você pode fazer o pagamento da sessão e o agendamento da sessão seguinte com a sua (do dotô, não do dono do Jabs) secretária. Você dá os 300 reais cobrados pela secretária, marca a consulta para dali a 2 dias, e sai feliz da vida por saber que o seu lulu da Pomerânia está recebendo uma ajuda inestimável.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

três vezes feldspato!

Nem todo morto merece homenagem. Não mesmo. Tem gente que já vai tarde. Aliás, tem gente que, sinceramente, teria sido melhor se nem tivesse vindo. Um dos maiores conjuntos de música jovem dos últimos tempos (não preciso nem dizer o nome, não é mesmo? Até porque se eu disser corro grande risco de ter que pagar Copyright) anunciou recentemente que está dando um tempo. Dando um tempo? Acaba logo de uma vez, gente! Larguem o osso! Até porque vocês já têm arame o suficiente para aliviar os nossos ouvidos em definitivo. Aliás, sempre tiveram. E não me venham tentar negar! Já não basta o estrago que vocês causaram tanto no underground quanto no mainstream emergente? Senão, vejamos. além da música hedionda gerada por vossas senhorias, ainda tivemos que aturar as bestialidades pandiatômicas criadas pelos conjuntos musicais que os tomaram como um modelo. Tudo bem que quando os musicistas criam um conjunto musical eles não ficam pensando que outros conjuntos podem vir a ser influenciados por eles. Mas mesmo assim não consigo parar de pensar em como este seria um mundo bem melhor para se habitar sem a vossa música (?) e aquela executada pelas vossas crias. Ai, ai. Chega dá uma dor no jejuno...
Aí começaram a aparecer aqueles mancebos cheios de pompa, que se juntaram a outros amigos de suas universidades particulares para "recriar a música", "fazer uma inovação sem precedentes". Vocês começaram misturando hardcore e Weezer com sambinha de intelectualeba "chupa pau de Noel Rosa". E na esteira vieram outras misturas. Alcione com Elton John. Kenny Rogers com Agepê. Donna Summer com Leandro Leart, e por aí vai. Viu só o monstrinho que vocês criaram? Agora agüenta! Quer dizer, nós, que não temos nada a ver com isso e não ganhamos nem um dólar furado com essa estória toda, é que temos que aturar. E como a gente tem que aturar! Pombas! Vocês devem estar é rindo e achando graça disso tudo, enquanto contam o seu rico e nem tão suado assim dinheirinho. E se bobear ainda devem estar a se sentir lisonjeados com essas homenagens medonhas. No mínimo medonhas. e enquanto isso a vida continua, e se a gente se distrair o feijão queima. Tomara que essa pausa de vocês dure pelo menos tanto tempo quanto está durando a pausa do Pavement. E que o intervalo entre o lançamento do seu último disco (do qual eu não sei e nem vou me dar ao trabalho de tentar saber qual é o nome) e do próximo ( se é que haverá um próximo, e aí então confirmaremos se Deus é pai ou padastro) seja equivalente à espera pelo mais que alardeado Chinese Democracy, do Ganso Rosa. O que foi escrito acima é mais que legítimo, e dou fé.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

com risadas

ele disse que trabalha sozinho. Será que ele trabalha na madrugada, quando ninguém mais está a vê-lo? Será que ele abaixa a cabeça quando passa a joaninha? Será que ele veste um sobretudo preto sem nada por baixo? Será que ele é pianista e apresenta um programa às 3 e tantas da madrugada? Abre-se um vasto leque de possibilidades. Eu comecei essas cogitações (que terminaram sob forma de devaneios) apenas por brincadeira, simples distração, mas a verdade é que agora estou muito, mas muito intrigado. Não sei nem se vou conseguir pregar os olhos enquanto não descobrir qual é a verdadeira ocupação dele. Mas primeiro, e mais importante, eu preciso saber quem é ele. Já que você sabe quem ele é, então por que não me diz logo? Assim, mataremos metade da charada. E se por acaso você souber o que esse sujeito faz pra ganhar a vida, faça o favor de me contar.






























































































































O relógio do computador é diferente do meu, o que eu carrego no meu pulso. Não marca a mesma hora. Eu comprei o "compultador", parcelei em várias vezes e paguei com o meu próprio salário. Não troquei por uma saca de peixes, ou de bananas. E mesmo assim o computador não pode ter um mí­nimo de consideração, e manter-se em sincronia com o meu horário, o meu timing interno.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

"de - no - mi - na - do, alienígena!"

fica...fica...se segura. Pronto, e naquela hora eu falei tudo, escancarei o verbo mesmo. Sem papas na língua. Botei tudo pra fora, doesse a quem fosse doer. E fazendo isso tudo vi o meu mundo renascer. Senti-me uma nova pessoa, um ser humano livre das amarras da sociedade suja que o rodeia. Um indivíduo (sim, e não mais apenas um mero número nas estatísticas) sedento por mais e mais liberdade. Mais e mais individualidade. Mais e mais hombridade! E quando eu falo em hombridade não estou falando de pegar uma machadita e sair acertando os outros por aí a torto e a direito. New Generation. Paquitas New Generation. Se lembram disso? Podre, podre, simplesmente podre. Um amigo meu disse uma vez que Niterói é podre. Tive que discordar. E olha que ele mora lá. Eu transo caminhar em Niterói. A esmo. Morar, aí eu já não sei. Só morando pra saber, né?








Quem é que vai botar um pingo de juizo na cabeça dessas pessoas? O que podemos fazer pra que eles hajam com um mínimo de connsciência? Alguém pode me dar uma luz? Mel neles? Batom neles? Baygon neles? Estou aberto a sugestões. Mas, como ninguém responde a este fotolog, de antemão sei que estou ferrado.







































Ademã

domingo, 23 de novembro de 2008

Ode a Zito Borborema

Resolvi experimentar a tão famosa dieta do alfabeto. Isso não significa passar o rest da vida tomando sopa de letrinhas, seu néscio! É mais uma daquelas modinhas. Consiste em ir comendo alimentos, letra por letra. por exemplo. Você passa um dia inteiro comendo alimentos com a letra A, no dia seguinte alimentos com a letra B, e por aí vai.

Coisa simples, né? Nem consultei endocrinologistas ou afins para fazer a dieta. Fi - lo pr conta própria, e por que não? E digo mais. Fi - lo à minha maneira. Escolhi um único alimento para cada dia. Sempre tentando comer coisas o mais saudáveis o quanto possível fosse. Desta forma, em vez de no primeiro dia comer, sei lá, abóboras, comi sabe o quê? Alcaxofra.

E assim foi. Alcaxofra no café da manhã. Nada mais, nada menos. Acho que nem é preciso dizer que não esperei a hora do almoço com muita ansiedade e alegria. Não queiram imaginar como eu estava às vésperas da janta.

O segundo dia foi o dia da bertalha. Credo em cruz. Foi a primeira vez em que eu comi isso, e espero que seja a última. Terça-feira foi o dia de ficar comendo só coentro. Me senti um animal relinchante.

Normalmente sou perseverante como um Bart Simpson, mas é com vergonha que eu admito que parei a dieta por aí, na quarta-feira voltei à programação normal. Fui no restaurante a "kilo" de todo santo dia útil e caprichei no feijão, arroz, farofa, batata frita, filezinho com alho e coração de galinha. Ê, delícia...

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

almágama de um outroo alguém

sob o signo da pressa, signo da correria, signo da impaciência. O dia inteiro na base do "não dá pra ser um pouco mais rápido não?". "Tá lendo por que , seu puto? Não vais assinar da mesma forma?". Dá vontade de falar: "Não quer abrir uma conta? Então foda-se você e a sua pequena fortuna!", pois com ela não vai conseguir pagar ao Diabo para que ele te livre de ir morar ao lado dele. Abuso e exploração por parte de vários anônimos , dia após dia. É pouco ou quer mais? Quer mais? Porque não é na sua pele, não é? Porque se fosse, aí você iria querer menos, mas muito menos! Duas pessaos falando ao mesmo tempo, atrapalhando completamente a minha concentração, três pessoas (?) falando ao mesmo tempo, não deixando nenhuma chance para que eu consiga me concentrar. Isso! Continuem assim, e permitam que eu faça tudo errado e tenha que refazer o serviço, ou que eu leve meia hora para fazer o que normalmente levaria uns cinco minutos. Viu o que vocês estão conseguindo? Meus parabéns! Continuem assim, e quem sabe eu não engrosso a lista das pessoas induzidas à psicose? Ou à esclerose? Ou à micose? Ou à leptospirose? Ou a qualquer espécie de verminose? Ou à toxoplasmose? Ou à simbiose? Ou ao sensacional e absolutamente genial Black Sabbath, com ou sem o Ozzy? Ou então a morte de várias pessoas através de eletrólise? Até que não seria má idéia, a começar por aquele jogador de futebol que passa uma imagem completamente utópica para quem o vê nos reclames do televisor. Vem você também, vem. Vem! Vem!! Vem!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

valha-me

leite com manga mata? gato tem sete vidas? ou nove, segundos os americanos? quebrar um espelho dá sete anos ininterruptos de azar? você é uma besta quadrada ou o quê? quantos espelhos eu quebrei? o churrasco é uma iguaria muito apreciada por todos. Jason Newsted, ex-baixista do Metallica, que o diga. O último leite que eu tomei tava com um gosto meio estranho, um certo amargor. E, me diga. Estou aqui ou não estou escrevendo esta crônica pra vocês? O nosso amor, meu e dela, começou tão bonito. Parecia que nunca teria fim, e no entanto depois de algum tempo vimos que era a crônica da morte anunciatta. Eu? Sinceramente, chegou uma hora em que eu pouco me importava. Eu estava mais a chutar o balde do que a fazer qualquer outra coisa. Não vou nem dizer que eu estava revoltado. Era mais uma questão de apatia mesmo, a nível de... a nível de desleixo total, enquanto "o que me importa? come torta!". Sentia-me como um ator que por alguns momentos acreditou ser o personagem, mas que de repente cai na real e sente que não pode mais enganar os queridos telexpectorantes. E é por isso que quando eu terminei de tomar aquele leite que tava com o gosto meio estranho, eu peguei a embalagem tetra pack e vi que o código era 5. Aí eu pensei: "Ah, moleque....". Sinceramente, acho que não peguei uma infecção intestinal por milagre. Milagre de Roque Santinho! Miiiiiina!!!!! Manga? Não, não tinha nenhuma manga nem antes nem depois desse leite que eu tomei. Fato é que a muito tempo que não chupo uma manga. Nem manga tommy, nem manga palmer. Pera? Nunca fui muito chegado, nem em pera William. O que eu gosto mesmo, quando o assunto é frutas, é de uva Thompson. Dennis Thompson, a metralhadora do MC5. Vai ter uma pegada brutal e feroz assim no inferno! Ela, que não é aquela sobre a qual estava eu falando há pouco tempo, tinha uma besta quadrada, ameba mesmo, como orientadora musical. E eu pergunto: este país está ou não está lascado, se depender de gente assim?

domingo, 16 de novembro de 2008

A ponderar

A estória é bem conhecida. O rapaz herda uma fortuna nababesca do seu bisavô, mas com uma única condição. Tem que se casar até as 19hs do mesmo dia em que está lendo a carta.

Detalhe: sabe a que horas ele tá lendo a tal carta? 18h53. Sendo assim, o rapaz deixa de lado a sua alegria, dando lugar ao desespero. E comenta:

"Ai, meu cu! Como meu bisa arma uma crocodilagem dessas?Vou ter que partir em uma corrida louquíssima contra o tempo!"

O rapaz fica enojaadérrimo (usando as palavras do próprio), mas não vê outra alternativa. Resolve então abordar a primeira pessoa do sexo feminino que passar pela sua frente, uma vez que a estória não se passa no Canadá.

Passa então uma moça jovem, com aparência de ser fácil de se levar, e cabelos negros e encaracolados. "É essa mesma", pensa ele. Aproxima-se da moça e diz.

"Casa-te comigo, percamos a noção da hora, pois tem que ser a - go - ra. Herdo uma grande fortuna, mas só papo a gaita se me casar nos próximos 3 minutos. Atravessemos a rua e casemo-nos naquela igrejinha de estilo barroco. Antes disso , diga-me apenas uma coisa"

E a moça respondeu para o rapaz com sobrenome de pai dos burros: "Marieta".

Com esturjão

Criou-se na elite como se fosse um príncipe.
Bebeu e cheirou como se fosse máquina.
Subiu a Mangueira enriquecendo o tráfico,
pasosu várias na cara com o seu jeito tímido.
E quando morreu tive que dar meus pêsames.

Tinha seu próprio time e era como um déspota.
Era desafinado tal qual um pífano.
Nem esperou os 40 pra operar a próstata.
A turminha das letras o achava o máximo.
E assim como o genro era só um pândego.

Pelo nariz de platina e pelo Quarteto em Cy.
O selinho no Caetano que a gente fez que não viu.
Pelo bisavô mineiro, encheção de lingüiça - ê...

Difamou o Symonal, jabá com o Bem-te-vi.
O que será, que será...

sábado, 8 de novembro de 2008

não tente me fazer de bobo, não mais uma vez. não desta vez. seria uma eterna repetição de algo que está cansado de ser repetido. algo que clama desesperadamente por novidades, inovações, um passeio na orla marítima, um sorvetinho... não é com você que eu vou encontrar esse papo além. eu já perdi essa ilusão. então, me diga, por que eu continuo insistindo? por que eu continuo correndo atrás, quando você deixa bem claro que não quer mais nada? que aliás, nunca quis? você pendurou cordas no meu coração e ficou a balançá-lo como se ele fosse um fantoche, como se ele fosse o topo giggio. mas um dia eu juro que tomo coragem, nem que seja à base de uma carraspana de jamel. eu vou fazer você se arrepender de ter me deixado continuar ficando ao seu lado, nesse falso jogo de amor onde apenas uma pessoa saiu perdendo. Quem? queen? raimundo nonato? não, a minha pessoa, este que vos fala. aquele que traz marcas profundas em minh'alma, enquanto su'alma força para esconder o riso ao saber o estado lamentável em que deixou-me. a tristeza eterna da qual eu sei que devo fugir, e sei como fugir. mas, pergunto, onde está a força para tal feito? eu preciso imediatamente encontrar uma saída, uma fuga para isso. já não estou mais achando graça em todas aquelas coisas que eu contava para os meus amigos, e das quais apenas eu ria. eu já não me sinto mais ágil como um gato, e feroz conmo um puma. e não há vitasay que faça com que eu me sinta revigorado. quer saber? posso te dizer uma coisa? se é que você ainda está aí do outro lado do espelho pra me ouvir? eu vou embora agora. cabe a você decidir se vai ficar aí parado (a), ou se vai seguir na direção oposta. e dessa vez não vou te seguir até o ferro velho mais próximo, e terminar a noite vidrado, agarrado numa máquina velha de pinball, tendo como trilha sonora um som alucinante de bateria gravado em 1974. para onde eu vou é um lugar que não te interessa nem um pouco. como se você não soubesse... e eu garanto que você é mais parecido(a) com ele do que eu.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

bonomia, bonomia...

hoje eu acordei um tanto quanto estranho. meio dalto mesmo. confesso que fiquei cheio de grilos. será que eu tô com aids, ou será que eu tô virando uma pessoa jurídica? por mais que as coisas se compliquem, eu fui educado para sempre tentar ver o lado bom das coisas. mas nesse caso fica meio difícil, pra não dizer muito, mas vamos lá. se eu estiver com aids vou poder me dar ao luxo de ter um disco galgando rapidamente todas as paradas de sucesso, e vão poder fazer várias piadinhas me relacionando a duchas elétricas de se tomar banho. e além disso ainda vou ser aclamado como o playboy mais rebelde de toda a música brasileira toda vez que eu abrir a boca pra falar qualquer besteira insignificante, que vindo da boca de outras pessoas soaria como uma babaquice completa. agora, e se eu de fato estiver virando uma pessoa jurídica? deixando bem claro que isso não é um homossexual que realizou a façanha de chegar ao fim da faculdade de direito. imagina virar um iron maiden? ser representado pelo monstrinho que é a alegria de toda a criançada? ser mascote de torcida de futebol? e imagina, pior ainda, estar com aids e virar uma pessoa jurídica ao mesmo tempo? já pensou, ser uma sociedade viva cazuza ambulante? agonizar em praça pública toda vez que eu for à padaria comprar pão? aí eu vou ter que virar (ou me tornar mais) judeu, e aprender a fazer pão em casa. levando-se em conta os meus parcos dotes culinários, tenho certeza e assino embaixo de que ficaria uma porcaria. uma gororoba que ninguém teria coragem de comer. uma negação da raça humana. uma aberração que tem que andar pelas ruas vagando totalmente desequilibrado, e com uma máscara cirúrgica pra não fazer com que as pessoas sejam obrigadas a respirar o mesmo ar contaminado que eu. ser todos e nenhum ao mesmo tempo. me tornar a mais nova sensação da som livre, virar uma cantorazinha neo hippie criada na zona sul, e que nunca teve que pegar um ônibus para madureira, nova iguaçu, covanca, vila da penha, jardim gramacho, brás de pina, e outras plagas. ser uma criatura lamentável, mimada. ficar passeando de van da lapa pra casa segurando um violão como se fosse um saco de batata. sim, a lapa , onde o rio de janeiro bem carioca for export é mais rio de janeiro bem carioca for export. mas aí já não seria mais uma pessoa jurídica ambulante, seria uma persona non grata com o poder de fazer com que energúmenos te adorassem. vá, deixe de ser um fenômeno exclusivo da sua zona sul, morando na frente da praia, da lagoa, vendo o cristo em todo lugar pra onde jogue os seus olhos. aaah, eu sou menos você, e sou mais eles. se você acha que ser moderninho é imitar o vinícius de moraes e a nara leão, vai fundo. mas, por favor, não me leve para o fundo desse poço contigo. não sou obrigado, eu não preciso do seu amor para desconectar.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Eu compactuarei

sumir do mapa. dizem alguns que essa é a melhor solução para todos os problemas. então, tá. some. na frança recomendariam que usasse algum veículo amarelo para realizar essa fuga, já que essa é uma cor que representa a covardia, o medinho. tá com medinho? se enfia na toca, rato sujo. mickey mouse de uma figa. vou torcer para que, ao estar você conversando com outro rato, esse rato sem querer deixe cair o cigarro no seu pé. e que essa queimadura te prejudique mais do que jogar bola com o Chico Buarque. pior, que te prejudique mais do que ser forçado a escutar a música do Chico Buarque. Pior, que te prejudique ainda mais do que ter que escutar a música (??) feita pelo genro (ou ex-genro, sei lá, não leio Caras) do Chico Buarc. vou jogar outra praga, pra que recebas em casa o catálogo com todos os produtos da Merck, e que você seja o responsável pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço dos funcionários e ex-funcionários do Merck. Aí você vai ver o que é bom, malandro. Rato , nem que seja rato de esgoto. Mineiros e paulistas não irão te adotar, por mais que você insista. Ficarás para sempre excluído da boa e velha (mas velha do que boa, verdade seja dita) política do café com leite. E digo mais, leite com o número 5 embaixo da embalagem longa vida. Ou seja, curta vida. Mas curta no sentido de tempo mais do que limitado, e não no sentido de curtir a vida, e todo esse papinho alegrinho, pra cima, u-huuu, vamo lá rapaziada ishhhperta!! Se você soubesse o quanto tudo isso me irrita, nem abriria a boca na minha frente. Mas o dom da premonição e a intuição feminina não estão ao alcance de todos, né? Quanto mais ao seu alcance. tás querendo brincar de "revolução" militar? de ame-o ou deixe-o? de Os Incríveis puxando o saco de todos os presidentes ditadores, e cantando hinos de ufanismo babaca? de milagre brasileiro? de "O petróleo é nosso"? De LIP? de "Nós também temos petróleo", tanto é que o Vuisconde de Sabugosa encontrou esse líquido valioso nos fundos do Sítio do Jacaré de Chinelo? Sítio do Pintassilgo Donzelo? Peraí que eu vou ali fora rapidinho, mas não direi o que vou fazer lá. Não me lembro qual é o final dessa piada, mas mesmo assim sempre que me lembro dela acabo rindo tal qual uma hiena. Em Dallas, o supermercado. Onde comprar é ganhar! JR você também!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

percevejo de metal, sempre

Tudo isso está nos livros.

Tudo isso tá nos livros? Como se a gente pudesse confiar em tudo que lê... tanto em livros como em jornais, revistas, gibis do Riquinho... ou qualquer outra forma de mídia impressa.

Se você é crédulo a tal ponto, então prepare o seu lenço pois agora eu vou contar a minha história.

"Nasci em Itambacuringa, no estado do Rio de Janeiro, em 1958. A música veio do berço. Anos antes de eu nascer, os meus pais já ganhavam a vida animando serestas como uma dupla de cantores no meu torrão natal. Além de cantar, o meu pai tocava o violão e minha mãe o acordeon.
Desde muito novo eu já me arriscava em alguns instrumentos, e aos 15 anos eu comecei a tocar bateria em conjuntos de baile, ainda em Itambacuringa. E assim eu fiquei pelos 4 anos seguintes, pegando cancha para as minhas futuras aventuras musicais.
Aos 19 anos saí de casa e fui para uma breve temporada de menos de dois anos em Barra do Choça, na Bahia. Mas não me fixei, e acabei voltando para o Rio de Janeiro, só que dessa vez fui para a capital. Isso ainda no final de 1979.
Chegando ao Rio, comecei a trabalhar como auxiliar de escritório, e fiquei um tempo tocando apenas em casa, para mim mesmo, uma vez que levou um tempo até eu conhecer outros músicos na cidade. Compunha conmo um louco, eu e meu velho violão folk. Nunca transei muito violão de nylon.
No começo de 81 eu e mais alguns locais montamos uma banda chamada Os Carros, cujo som era bem característico da época, o que convencionou-se chamar de new wave. Foi o meu primeiro contato com um discreto estrelato, e com o mundo dos discos e das gravadoras. Os Carros lançaram 4 discos, sendo que o tal do estrelato foi mais na fase dos três primeiros. Na época do quarto a banda já estava cheia de atritos, e desacreditada pela gravadora. No começo de 87 veio o fim inevitável, após uma série de show com menos de meia lotação.
A experiência com os Carros foi meio traumática, especialmente pelo final. Demorou um tempo até que eu conseguisse voltar ao 'mundo real'. Em 91 eu cheguei a montar uma nova banda, Reacionários, mas durou menos de dois anos, sem gravar nenhum disco. Depois dessa experiência abandonei a bateria e a vendi, em parte por necessidade financeira mesmo. Passei a me apresentar como trovador solitário. Mas infelizmente minha música não era muito bem aceita.
Sendo assim, com o violão nas costas, resolvi fazer o circuito dos hipporongos, e assim consegui um certo sucesso. Pelo menos estava tirando o suficiente para me manter. Mas não consegui manter esse estilo de vida por muito tempo. Senti falta da cidade grande.
E assim voltei a ser músico em meio período, trabalhando de segunda a sexta, somente para sustentar o vício da música. E em 1998 eu gravei o meu primeiro disco com a alcunha de Geremário, 'Geremário entra em sua casa... sem pedir licença, completa Pletsch', e de lá pra cá gravei outros cinco discos, e estou separando material para o sétimo disco, que deverá se chamar 'À pagodeira esotérica', e marcará o meu retorno à bateria. Creio que isso é o suficiente a se dizer.

Essa é a minha história.

Eu sou o Geremário.

E você?

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

gerânios reis

Saí de casa no final dos anos oitenta. Saí para ir à escola, mas voltei para casa no mesmo dia, lá pelas sete da noite.
Naquela época eu era dominado por uma certa depressão, mesmo estando na mais tenra idade. Nessa mesma época essa mesma escola entrou em greve. Foram cinco meses, sendo que a maioria eu passei no mais completo isolamento.
Olá, VHS! Estou aqui, e você também. Seja bem vindo ao meu mundo, e que a recíproca seja verdadeira!
Por causa da minha covardia não consegui alcançar os almejados um metro e oitenta. Por causa da minha impaciência, comecei desde cedo a cultivar cabelos longos, ainda que mui mal tratados. Por causa do meu sentimento de exclusão entrequei-me de corpo e alma ao rock dos anos 60. comecei pela carne de vaca. Beatles, Doors, who... Rolling Stones? Nah, Rolling Stones não. Só quatro anos depois, e olhe lá.
vivendo em 1988 sonhando estar estar em 1936. Delirando que nem um anormal, um completo idiota. Uma lagarta dentro do casulo. Um infeliz ocm um estilo de vida totalmente medonho. Uma coisa absolutamente lamentável.
Por causa de um pacifismo completamente equivocado abandonei os filmes de guerra e luta tão em voga na época, e por um breve período de tempo quis ser bicho grilo. Bicho grilo! Eu! Dá pra imaginar uma coisa dessas? Ahahah, só rindo mesmo.

ludo e víspora, sorvete quente...

Se me chamassem para ser dublê, eu não gostaria. Não é só pelo fato de eu ter um grande medo de altura, e ser portador de uma notável covardia. Mas o que acontece também (eu disse também) é que eu não me sentiria muito confortável fazendo parte desse grande circo do entretenimento. Por maior que fosse a oferta oferecida, pois lamento informar que eu não estou à venda. sou o fruto das misturas de todas as raças do mundo. Sou a síntese perfeita do que é o povo brasileiro. Sou portador até mesmo de um ufanismo babaca que beira a febre nacionalista. Eu tenho a triste mania de pôr o meu país acima de todos os outros. Não basta apenas amar e respeitar a pátria. Isso é muito pouco pra mim, que não bebo Coca-Cola porque é americana. Não escuto rock and roll porque é americano. Não masco chiclé porque é coisa de americano, e acho que jazz não existe. É coisa de americano babaca. Sou muito mais Ademir Lemos do que James Brown. Sou muito mais Marcos Mena do que Jim Morrison. Sou muito mais Dercy Gonçalves do que Betty Midler. Sou muito mais Marcos Valle do que Peter Fonda. Sou muito mais o Ferrugem do que o Jack White. Sou muito mais o Luiz Melodia do que o Quincy Jones. Sou muito mais Gordurinha do que Billy Cox. Sou muito mais Tonho Matéria do que Frank Zappa. Eu sou mais vocêêêêêêêêêêêêêêê...

apupos

o garoto fez um escândalo infernal. parecia que tinha quebrado a bacia. bem que todo mundo que o conhecia sempre dizia: ele é assim mesmo, escandaloso como ele só. se fosse um rio, e não tivesse nascido gente, seria um rio dos mais caudalosos.

mas, francamente, é subestimar demais a minha inteligência, né? "se ele não tivesse nascido gente, e tivesse nascido rio"... como se um rio nascesse, assim da mesma forma que nascem pessoas e animais! não dá nem pra se imaginar a gravidez de um rio fêmea. é uma coisa ridícula, e eu nem perco o meu tempo tentando imaginar isso. meu pragmatismo não permite tais extravagâncias. a tristeza é um sentimento que se faz presente através do seu azedume. faz com que te sintas só, mesmo se fores um peixe em um cardume. deixa na boca o amargor, e o chorume. é uma obscura melodia no seu máximo volume. é um sol que vai-se embora, e deixa apenas um fraco lume. é uma faca que de tão amolada , dói só de se ver o seu gume. é uma espécie de culpa que é tão vexaminosa que ninguém assume.
não leva, não leva , não leva não.
ninguém sabia quem era, era melhor assim

como você nunca viu. como você nunca viu? quem eles pensam que são? agora, depois de velhos, começaram a adivinhar o que todas as pessoas do mundo já viram ou não? esses sujeitos não sabem nem o que aquelas com os quais dividem a cama já viram ou deixaram de ver. é realmente de impressionar a pretensão dessas pessoas. é tanta pose que chega a assustar. e sabe o que é pior? acredite ou não, tem muita gente que cai nessa conversinha mole deles. "ah, mas eles falam tão bonito", diz um. "puxa, realmente eu nunca vi nada assim", diz outro. e um terceiro ainda tem a coragem de dizer: "mais uma vez ele está certo! coisa assim eu nunca vi! como pode?". como pode? você ainda me pergunta como pode, meu amigo? ah, mas não é possível. haja paciência! isso pode ser uma piada de péssimo gosto da sua parte! fala sério, diriam alguns. eu não. vê se eu, EU, me prestaria a um papelão dessas? já não basta controlarem os nossos sentimentos, nossas emoções, aquilo que vemos. agora eles querem nos convencer em relação a coisas que já vimos ou não em toda a nossa vida. "aventura e emoção como você nunca viu!" mas é claro que eu já vi, ô pombas! com onze anos eu já tinha visto rambo, bradock, comando delta, comando para matar, comandos em ação... como é que você vem me dizer agora que é aventura e emoção como eu nunca vi? eu já vi toda a aventura e emoção que tinha que ver na minha vida. não estou a me queixar, longe disso, mas o que vier agora é lucro. agora me limito a deleitar-me com a reprise. e não há nada de mau nisso. não tem gente que paga pra ouvir o emmerson nogueira? tanto pra adquirir os discos, quanto para ir aos shows. eu prefiro o emerson, lake and palmer, muito mais autêntico. tarkus! preciso dizer mais alguma coisa? tá tudo ali: crítica ferrenha à guerra do vietnã e a todas as guerras, questionamentos sobre a real importância e poder da religião organizada...só não vê quem não quer, ou aqueles que pensam que rock progressivo só fala de duendes e fadinhas tocando flauta no meio da floresta verde. então tá. se é assim, todo funkeiro tá envolvido com o tráfico, todo rapeiro é bandido, todo pagodeiro é corno, todo sambista é cachaceiro, todo hard rocker anda maquiado que nem o pessoal do poison, todo punk usa moicano e sai cuspindo e quebrando as coisas na rua, todo grunge fica pelos cantos se lamentando e dizendo que vai se matar, todo salseiro é viado... precisa continuar? eu acho que não.

precisa continuar, sim. infelizmente num país como o brasil é preciso continuar. as promessas são infinitas, e o que se cumpre é muito pouco. é parco, e vergonhoso. é degradante, tal qual o trabalho braçal. ou os antigos meios de locomoção movidos a tração animal.

qualquer que seja a frutaína

a rasa do quarteirão na baixa do sapateeeeeeeeeeeeiro
o grupo progressivo nacional
revisitando o cancioneiro impopulaaaaaaaaaaaaaaar
com penas em volta dos braços
e frases bobocas
que incluem personagens de estórias sem h
de quadrinhooooooooos
é assim que segue a canção
dos menininhos neuróóóóticos

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eram três , e ficaram podres de ricos
ganharam dinheiro, pasmem, no ramo da música popular
não foram filhos de aventuras
de seres humanos com aves
eu disse que NÃO foram
as pessoas não captam com muita freqüência essas sutilezas
é sempre um tal de:
Ah, ele falou que eles são filhos de papagaios,
que nem naquela piada dop velho que encontra o metaleiro no ônibus, eheheh
enquanto que na verdade estavamos a dizer que


















































































NÃO

Ditt foto måste vara JPEG, PNG eller GIF. Mindre än 8 Mb. Spara en originalkopia av din bild.

a melhor forma de fugir das poças "voadoras" de água nas calçadas em dias chuvosos, se é que você me entende, é seguindo na calçada do lado do motorista.

Jpa Nuggets será uma coletânea de bandas de garagem jacarepagüenses dos anos 60. Dentre elas podemos destacar já de antemão Os Radikais, da Favela da Playboy, e os Homens do Brasil, da Colônia. Ainda não há data prevista para lançamento, mas será um desbunde.

Eu também quero escrever poesia marginal
Eu também quero comer arroz integral
Eu também quero tocar rock espacial
Eu também quero ouvir Hermeto Paschoal
Eu também quero bancar o intelectual
Eu também quero endeusar o Tim Maia Racional
Eu também quero fazer música atonal
Eu também quero usar casaco rosa e comer mingau

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

E daí se espantaremos o menino?

Dois amigos conversavam sobre os seus tempos de soldado. Já estavam bem entrados na casa dos sessenta anos de idade. A conversa prosseguia mais ou menos assim, numa mesinha do lado de fora do restaurante self service a “Kilo”:

Poxa, me sinto com muita sorte de ter te reencontrado aqui hoje, neste domingo de clima tão aprazível.
-
Teno que te confessar que sinto a mesma coisa. Meu peito não conseguia parar de arfar quando vi o seu semblante ali, na fila pra pagar a conta.

Que vontade imensa de gritar, pra todo o mundo ouvir: “vejam , ó todos aqui presentes! Esse senhor com cabelos brancos como o luar do sertão! Assim como eu, esse senhor foi um bravo guerreiro que lutou para manter a soberania deste país onde vocês habitam! Se hoje vocês podem ir à banca e comprar um bilhete do Papa Bola, do Papa Tudo, é por causa dele! Minha e dele!”

Olha, regozijo de tanto júbilo ao saber de toda essa sua emoção, mas por outro lado tenho que confessar que fico até aliviado de que você não o tenha feito. Você entende, né?

Não entendo, mas respeitarei a sua posição. Você não imagina o vazio que se instalou em meu peito nessa quase metade de século. Rapaz... O que você fez durante esse tempo todo, meu rapaz?

Bom, nada de muito interessante, pra ser sincero. Duas semanas depois que terminei o meu serviço militar me casei com uma professora. Como era a moda na época, né? Os casais de militares com professoras. Ficamos casados por quase vinte anos. Mas, sabe como é. Ela viu a Regina Duarte se divorciando em “Malu Mulher” e achou bonitinho. De lá pra cá tive mais uns 2 casamentos, mas nada de muito duradouro. Agora só quero saber dos meus discos, meus livros, e nada mais. E você, amigão?

Bom, eu saí do quartei uns 2 meses depois de você. Alguns meses depois eu me casei, mas esse casamento acabou sendo anulado, a pedido da mocréia lá. Deus me livre... De lá pra cá tenho trabalhado com teatro, sabe? Descobri uma veia artística, um dom divino.

Caramba, cara, que bacana! Eu me lembro que já na época do quartel você era muito agarrado aos livros, Shakespeare, essas coisas.

É, logo depois que você saiu do quartel chegou um outro rapaz muito simpático, gente finíssima mesmo. Um rapazinho bem apessoado, tímido, mas muito inteligente, e com grandes olhos com cor de ardósio, que brilhavam como um sol de anis.

É mesmo?

Sim. Nos demos muito bem lá. Ah, como aprontamos. Sabe como é, né? Garotos novos, com um mundo inteiro pela frente, sem fronteiras, sem amarras...

E como era o nome desse rapaz com quem liberaste todas as tuas amarras e os seus sonhos mais extravagantes?

- Soldado Buarque. Francisco buarque.

deselaborando as pentatônicas da música folkster

E, CONTINUANDO AQUILO SOBRE O QUE FALÁVAMOS ONTEM, NEM TENTE ENTENDER A VERDADEIRA RAZÃO PARA QUE TODA ESSA CARGA DE SENTIMENTOS VIESSE À TONA.

POR ENQUANTO, VEJA BEM, FORAM 6 DISCOS GRAVADOS, TÁ? TODOS ELES GRAVADOS EM CASA, DA FORMA MAIS PRECÁRIA O QUANTO POSSÍVEL, PERCEBE?

OSCAR MAGRINI FICOU FAMOSO POR ESTE PERSONAGEM DE AR BREJEIRO, QUE SONHAVA COM A FAMA COMO CANTOR DE MÚSICA COUNTRY. PORÉM PASSAVA LONGE DE GENTE COMO OS FLYING BURRITO BROTHERS, ROY ROGERS, OU SEJA LÁ QUEM MANDE AQUELE FREEWAY NA VOZ.

aH, SIM. CHRIS CORNELL EM "MAILMAN" DO SOUNDGARDE, E LENINI NAQUELA MÚSICA QUE NÃO SEI E NEM QUERO SABER O NOME NÃO VALEM.

DÁ PRA SE ESCREVER UM VERDADEIRO TESTAMENTO COM TANTAS LETRAS. E DOS BONS!

MUITAS VEZES O SEGREDO DO NEGÓCIO É A DOÇURA. OU SER TÃO PUNGENTE A PONTO DE DOER, COMO O PRÓPRIO FREE.