sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

virabrequim?

É UM ARDIL! É UMA REVOLUÇÃO, UM GOLPE DADO POR VÁRIAS MÃOS! MAS SERÁ QUE VOCÊS POR ACASO SABEM A HORA CERTA DE PARAR? VOCÊS TÊM ALGUMA IDÉIA DE AONDE VOCÊS PRETENDEM CHEGAR COM ISSO TUDO? VOCÊS TÊM UM OBJETIVO A SER CONQUISTADO? VOCÊS TEM UM PLANO? META É UMA PALAVRA QUE ESTÁ NO SEU DICIONÁRIO?

É UM MOTIM! MAS, DO JEITO QUE VOCÊS SÃO, EU NÃO ME ESPANTARIA SE DESCOBRISSE QUE VOCÊS NEM CONHECEM TAL PALAVRA. É A REBELDIA PELA REBELDIA? UMA SIMPLES E ESTÉRIL TROCA DE TAPAS? VAI VALER A PENA FICAR ROUCO DE TANTO GRITAR, UMA VEZ QUE AS CHANCES DE SE CONSEGUIR ALGO PALPÁVEL BEIRAM O ZERO?

É UMA REBELIÃO! MAS O QUE VOCÊS ENTENDEM POR REBELIÃO? ALIÁS, QUE TIPO DE REBELIÃO VOCÊS DESEJAM? ALGO QUE CALE A BOCA DE QUALQUER DESCRENTE, OU UMA REBELIÃO FAKE FEITA NOS MOLDES TELEVISIVOS? ALGO COMO UMA REBELIÃO DE NOVELA DAS SETE? OU COMO O SATANISMO DA NOVELA DAS OITO?

VOCÊ PENSA QUE AGINDO DESSA FORMA É O FUTURO DE ALGUMA COISA? VOCÊ AINDA ACREDITA EM TUDO QUE TE DIZEM? ACREDITAS NAQUELAS PALAVRAS ANIMADORAS DE QUE ÉS O FUTURO DO BRASIL? VOCÊ ACREDITA EM BRASIL, OU EM QUALQUER OUTRO PAÍS QUE SEJA? VOCÊ ACREDITA EM FRONTEIRAS TERRITORIAIS E EM TARIFAS ALFANDEGÁRIAS? VOCÊ AINDA NÃO CRESCEU SUFICIENTE PARA PARAR DE ACREDITAR EM PEDÁGIOS E DISCAGEM DIRETA INTERNACIONAL? EM DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO ENTRE PESSOAS DE LÍNGUAS DIFERENTES?

VOCÊ ACREDITA EM PESSOAS POLIGLOTAS E COSMOPOLITAS? VOCÊ ACREDITA EM PERSONIFICAÇÕES DO DIABO? EM RELIGIÃO ORGANIZADA?

isso é John Lennon

natu bobilis

Se um homem bate a minha porta e eu abro, então só pode se tratar do oficial de justiça. Agora, se batem a porta e eu não abro, então é impossível que seja esse mesmo homem. Vale ressaltar o detalhe de que a minha porta não tem olho mágico. Então, perguntam vocês, como eu posso adivinhar quem é que está a bater? Será que é a tal da felicidade dos antigos anúncios do Supermercado do Leão Camarada? Ih, por outro lado, pode ser a famosa turma do Valente. Pra essa eu não abro mesmo a minha porta! Prezo pela minha integridade física. Não abro nem para eles e nem para a turma do Urubu! E se eu não gostar, o que eles vão me mandar fazer?

Exibia orgulhoso para todos que passarvam: "Esse é o meu pecúlio." Fiquei tão curioso que parei para ver do que se tratava. Imaginei eu que fosse algo de valor incalculável. Qual não foi a minha lástima quando descobri que se tratava de um mero cachorro? E pra piorar, um husky siberiano...

Bem que a minha avó sergipana já dizia: a curiosidade pode nos pregar uma peça daquelas...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ainda aqui?

Um passarinho contou para ela que o seu namorado freqüentava assiduamente o Cine Saci, nas noites da semana em que não estava com ela. Sem esperar que esse fato fosse devidamente apurado, ela ficou possessa:

"O Francisco freqüentando o cine Saci? Vou já tirar satisfação com ele!"

E assim se fez, e disse Chiquinho:

"Não , Marieta, nunca botei os meus pés no cine Saci. Na verdade eu vou esporadicamente ao cine Patê."

"Nossa, piorou a sua situação! Não é lá que sempre passam aquelas fitas de sexo homossexual? E onde os casaizinhos homoafetivos vão pra se pegar?"

"Exatamente, Marieta"

"E você vai sozinho?"

"Não. Se não, que graça teria?"

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

a volta do torpor

a mãe é retrógrada até o fim dos dias. não se preocupava nem um pouco que fosse se estava fazendo os seus filhos passar vergonha. parece até que sentia um certo prazer mórbido ao fazer isso. bobeou, chegava à janela com aquela voz estridente que chega doía na alma berrando para a sua descendente: "vem fazer tarefa".
E, no seu íntimo, a menina pensava de si para si: "tarefa? tás brincando? O que eu faço é dever de casa. Esse termo não deve ser usado desde mil oitocentos e mané gostoso..."

o que nos leva para a próxima estória.

Aracaju, 1955.
A cidade, que já foi uma vez citada pelo nosso querido Adilson Rodrigues, o Maguila, como sendo o seu estado de espírito, estava muito tranqüila, uma serenidade que chega dava gosto, quando de repente algo totalmente inusitado acontece. Um mané gostoso - sim, um daqueles bonecos aparentemente inocentes que se movimentam ao nosso bel prazer, manipulados por algumas cordas presas a pontos estratégicos do seu corpo - aparece no meio da praça se movimentando sozinho. Isso por si só fez com que as pessoas presentes ficassem escandalizadas. Elas não sabiam o que pensar desse incidente: seria folk lore? voodoo? magia negra? candombleau? feitiço? uma fórmula da física muito bem aplicada? o fim dos tempos? alucinação coletiva? Terra em transe? Toy Story com chinelo de couro cru? O que seria?

Em muito menos tempo do que o necessário para matutar todas essas e muitas outras hipóteses a praça estava erma. Nem um menino chato, daqueles que têm como maior diversão atrapalhar o trabalho dos feirantes enquanto tem um sanfoneiro do outro lado da rua, pra contar história. só o mané gostoso zanzando de um lado para o outro até terminar a sua pilha Duracell. O que a gente não faz para conseguir manter o aluguel do espaço?

Sim, vamos voltar à feira. Não é exagero falar que o feirante sergipano naquela época era, acima de tudo, um forte. Ou mesmo que fosse um sujeito fraquinho, ao menos é indubitável que ele tinha que ter uma paciência de jó. Ou uma surdez abençoada. Pois todo dia ele tinha que repetir a mesma frase: "Menino, sai daqui , me deixa trabalhar!". Que por algum acaso rima com "Eu tõ vendendo aqui. Quem quer comprar?". Fica até difícil saber qual dessas frases ele falava com mais freqüência ao longo do dia.

E quando ele já estava rouco de tanto repetir essas frases , do outro lado da rua chega o sanfoneiro fazendo uma barulheira infernal com a sua sanfona de oito baixos. Se um baixo só apesar do nome já faz uma barulheira danada, agora imaginem juntos um baixo Fender, um Gibson, um Music Man, um Rickenbaker, um Alenbic, um Giannini, um Tagima e um Magnus.

Durma-se com um barulho desses, e com esse nariz completamente entupido pela rinite alérgica...

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Perguntaram para mim...

... se eu era contra ou a favor da reforma ortográfica. Atéaí, nada demais. Afinal, esse é o grande assunto do momento. Em outras épocas certamente pediriam a minha opinião sobre a reforma agrária, ou sobre a reforma na sala da minha casa. Em 1992 fui parada na rua para dizer se eu era contra ou a favor do impeachment de Fernando Clapton de Mellow Yellow. Preciso dizer que a minha opinião foi diferente da de Ronaldo Caiado?

E essa foi a minha resposta, em relação à tal da rephorma ortographicae:

"Maiz er kllaro ky ew ssow ah phawor desssa hephormma hortographyca. Er indwbytawew ky a nossa lleengwah portwgheza pressiza hewolweer kom a paçajein du tempw. A leengwah eh um ellementw wiwuh."

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

mattar

Violãomania era assim.

A família toda reunida na sala da casa. Tocando o violão. Quer dizer, percutindo de forma quase selvagem nas cordas do coitado do instrumento musical. Que mais soava como um instrumento de tortura.

Música que é bom, belas melodias, nada. Quando ele cismava de cantar então, com aquela voz de taquara rachadíssima... Era um tal de arrebentar cordas. Sempre tinha um engraçadinho que, achando que ninguém fosse perceber, fazia o absurdo de prender as cordas com fita durex, das mais ordinárias. Tapear, até taoeava, mas por poucos segundos.

Belo dia, ele cansou de tocar(?) o violão e foi dar um passeio, encontrar seus amigos na rua. Tinha uma guria que era a sua menina dos olhos, e toda vez que ela passava ele suspirava e dizia para si mesmo: "Biscotinho bom..."

Belo dia ele descobre que a tal da "biscoitinho" tava sozinha. Deu aquele afã, aquele ar febril, desenfreado. Cheio de ganas e de dores no coração. Mas infelizmente foi tudo em vão. Quando finalmente a ficha lhe caiu, ele descobriu que ela já estava em outra.

então, possuído pela raiva, ele foi para a frente da sua casa de madrugada, perto do viaduto do Xá da Pérsia, sacou da sua lata de spray Jet, e escreveu em letras que qualquer um que passasse poderia ler:

BISCATONA

E assim termina mais um dia na Boca do Lixo.

domingo, 25 de janeiro de 2009

deselaborando

observando atentamente a saliência das corvinas, enquanto sorvo mais um pouco de suco de clorofila. A mais pura, e que vem diretamente da amazônia legal. legal não só no sentido de legalidade como também no sentido de ser uma grande curtição.

o dragão que voa e faz barulhos histéricos - parte um

ele fazia pesquisas na rua, atrapalhava o passo apressado dos pedestrianos com perguntas que invadiam a intimidade dessas mesmas pessoas. Agora veja você, imagine só: gente que não tem tempo nem para respirar vai dar dois minutos da sua atenção pra dizer se acha mais engraçado o Sérgio Mallandro ou o Agildo Ribeiro? A intenção é muito boa, tem muita nobreza de espírito em pesquisas como essa, mas sinceramente? Levando-se em conta esse tempo louco em que vivemos, esse formato de pesquisa populacional tem que ser revisto e atualizado.

O grande lance é escolher entre fazer a madureza ginasial ou jogar no bicho.

sábado, 24 de janeiro de 2009

usufuto dos capitães de aveia em flocos finos Quaker

"Como é que é? Repita isso se tiveres coragem! Nunca foste nem um pouco infiel? Jura? Olha, eu aceitaria qualquer coisa sem maiores problemas, mas isso..."

E assim começou a conversa. Imagine onde isso não deve ter parado. Ainda bem que eu estava de passagem. Passei muito rápido pelo local. Tudo o que eu consegui escutar foi isso, por mais que eu esticasse a orelha, como bom fofoqueiro que sou.

Por mais vexaminoso que seja, devo admitir que esse fragmento de discussão marido/mulher me deixou encucado pelo resto do dia. Nas minhas vastas horas de ócio fiquei a reconstituir mentalmente o tal arranca rabo, e fiquei tentando imaginar como teria sido o início e o fim dessa baixaria toda. O que eu imaginei foi algo mais ou menos assim:

Da época do Nelson Rodrigues até hoje houve toda uma mudança de valores e dos códigos de moral e ética. De forma que é fácil compreender que o que antes era espeto atualmente é batata, e vice-versa. E se antes o jacaré se contentava em apenas abraçar, hoje em dia ele faz coisas mais alarmantes do que o povo da Jamaica fez com a Anita Pallemberg em 1973.

Sendo assim, e totalmente desavisado sobre todas essas mudanças comportamentais da nossa sociedade, Humberto ( nome meramente fictício, uma vez que não ouvi e por isso mesmo não sei o nome de nenhuma das duas partes do entrevero) tentou agradar e botar a sua cara metade nas nuvens ao bater com a mão no peito e afirmar ( se é verdade ou não, aí é com ele) que nunca, em sabe-se lá quantos anos de casamento, namoro, tico-tico no fubá e/ou outros bichos, pulou a cerca para montar à lambreta alheia. Mas foi pego de surpresa pela consciência prafrentex daquela que o ampara sentimentalmente. E assim que ele falou que nunca isso e nunca aquilo, ela soltou a sentença do início do meu parecer.

A humanidade deve ter mudado mais nas últimas cinco décadas do que em todo o período de existência humana na Terra que o antecedeu. Por mais boboca que possa parecer, é só pensar em Beatles e Rolling Stones. Goste ou não (vai entender... tem gente que não gosta nem de pudim, como já dizia o saudoso Sebastião Rodrigues Maia, o Júlio Bugoricim Imóveis ambulante), é impossível negar que fica para todos nós a estranha impressão de que eles sempre estiveram por aí, tamanha a sua influência na sociedade (pelo menos) ocidental. Ainda que eles tenham chupado isso e aquilo das mais que cativantes culturas orientais, mas isso não tira nem um pouco do mérito das celebridades em questão. Com eles tudo mudou: o jeito de se vestir, de transar o corpo e o cabelo, a maneira de falar, de ver o mundo que nos cerca e inclusive (dizem alguns) o design de automóveis. Sinto muito, mas não consigo relacionar o DKV ou o Subaru à beiçola do Mico Jegue (sic) ou à nareba do Ringo Estar (sic de novo. E dá-lhe Led Zeppelin...) ou as orelhas do George Harrison. A única relação que consigo ver entre os Beatles ( e aí relego os Stones a um luxuoso segundo plano) e os automóveis é o Harrison Ford. Viu como uma coisa puxa à outra? Ou com a taturana do John lennon, ou com o semblante "síndrome de Down" do Brian Jones, ou com a cara de pato do Charlie Watts, ou com a bunda de mussum do Por uma carta (sic sic sic)... e por aí poderíamos nos extender por vários dias...

"E a estória lá do casal bate-bate? Como termina?", você me pergunta. Ah, o final é simples e qualquer um pode entender e se divertir com ele. Ele, ao perceber o amargor dela, vira para ela e fala apenas quatro palavras:




"Rá! É pegadinha do Mallandro!"

varíola desvairada

Engenho de Dentro é subúrbio. Méier é subúrbio. Tijuca é subúrbio. Lapa é subúrbio. Catete é subúrbio. Flamengo é subúrbio. Para ele o Rio de Janeiro é uma fina listra que se estende de Botafogo até a Gávea. Qualquer lugar fora desse eixo é extremamente inacessível. Com a palavra, o próprio:

"Você me pergunta: e você nunca saiu desse espaço geográfico? E eu te digo: nunca. Só nas vezes que eu fui à Europa. Mas aí já são outras estórias. Se quiseres depois mostro-te os slides. Mas, voltando ao assunto. Verdade é que eu nunca botei os pés em nenhum bairro do meu querido Rio de Janeiro, a não ser os anteriormente citados, aquela pequena faixa bla bla bla. Quando a malandragem bate forte no meu sangue eu vou à Cobal, seja a do Humaitá, seja a de Ipanema. Tudo o que eu preciso eu encontro nas lojas da Visconde de Pirajá. Morram de inveja. Quando eu era pequeno o meu pai sempre falava: nem se atreva a tentar imaginar o que há do outro lado dos túneis. É tudo muito perigoso! E assim eu vou vivendo até hoje, com os meus sessenta e tantos anos. Sou plenamente satisfeito, um homem realizado. Com vasta experiência de vida. Não tenho do que reclamar."

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

rumbicóides e ovóides

Cumpadre Queijinho estava um tanto quanto desgostoso. O seu filho tinha virado punk. Ele chegou, inclusive. ao ponto de pegar um boné e escrever "Titãs" com um corretivo. Quem merecia um corretivo era esse menino, pra ver se toma um jeito na vida...

Mas bem que o Cumpadre Queijinho ficou feliz quando seu filho e os amigos expulsaram os funkeiros que invadiram a região à base de pancadaria (sem trocadilhos). Melhor do que isso, só se Jesus voltasse à Terra e fizesse o milagre de transformar a água em Funk & Soul, com uma sonzeira envenenada, nos moldes do Rare Earth dos velhos tempos.

Aí seria papo firmeza total , sem grilos na cuca.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

além dos lados

feijô com arroi é comida de magnata. magnata de verdade acorda às sete horas da manhã, enquanto nós acordamos às seis. vou ser muito bonzinho pelo resto dos meus dias, para que na próxima encarnação eu seja um magnata. pois isso a gente tem de treinar desde muito cedo, o que não foi o meu caso.

eu vou jogar essa questão no ar, e que até que daria uma boa comunidade no site de relacionamentos orkut: será que o wolverine é gaúcho? se não vejamos: ele apresenta todo aquele jeito tosco (no bom sentido) de ser das peoples que vem desse belo estado que fica lá no extremo sul do nosso Brazil varonil.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

quaresmas

Morava nessa época em uma vila, e nessa vila morava também uma velha senhora, a dona Coisinha. Ou pelo menos era assim que todos a chamavam.

Dona Coisinha era a típica carne de pescoço. Era uma pedra no sapato de todos nós. Fuxiqueira como ela só. E ela não fofocava apenas para matar a sua curiosidade em relação às coisas. O principal intuito dessa cobra era de prejudicar mesmo os outros. Mulher ruim, na verdade.

A principal vítima de dona Coisinha era a dona Pequeninha. Contemporânea sua, mas muito mais tranqüilinha e de boa paz. Morreu ainda sofrendo nas mãos dessa víbora, coitada.

Um belo dia, um amigo meu, o Chiquinho, foi me visitar. Só que eu não estava. Então, o que ele e a sua namorada, a Marieta, fizeram? Sentaram-se no banquinho que havia no pátio da vila e ficaram namorando de forma inocente. Essa cobra chegou da janela, e num ímpeto de escrotice, jogou um balde de água quase glacial em cima do pobre casal, e disse aos altos brados que aquilo era uma sem-vergonhice sem tamanho, que eles deveriam ter vergonha na cara ao invés de fazer uma coisa daquelas, e por aí vai.

Foi uma pena que eu tenha chegado em casa poucos minutos depois de terminar esse espetáculo lamentável. Pois, logo depois do veredictum de dona Coisinha, chiquinho olhou fixamente para ela com os seus grandes e radiantes olhos cor de ardósia, e disse, com a sua voz de tenor:

"Apesar de você, amanhã será um novo dia. Para gozarmos a vida sem a vida vir nos gozar. Você não gosta de mim, mas o seu vizinho gosta. E digo mais: o meu pai era paulista, e o meu avô soteropolitano, e meu tio avô cuiabano."

Dito e feito. Poucos anos depois a velha começou a ficar demente, e terminou seus dias sozinha, sem nem mesmo os seus parentes, que faziam o pssível para evitar a infeliz. Nem sei o que foi feito dela. E nem quero saber. Não lhe desejo o mal, apenas espero que fique bem longe de mim. Pois se passar pelo meu caminho, não me darei sequer ao trabalho de cumprimentá-la.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

a vaca da janela?

eu vou plantar café para depois fazer chafé. metade de café, e metade de água fresca e potável. vou plantar tudo isso num terreno bem vasto. o tipo de terra? simples: massapê.

e a eternidade? o que é? é uma andorinha que faz outono por estar apenas com mais duas companheiras de vôo? é o sal de frutas ( ou seria sal de fruta?) que tomamos quando sentimos muy forte enjôo?

sei lá o que seja. também agora confesso estar sem cabeça para pensar nessas coisas. muito mal consigo escrever. estou aqui a torcer para que quebre-se a pena, para que eu tenha uma desculpa plausível para interromper este meu suplício. Ou então que haja um blackout.

se eu pudesse seria magnata. de preferência magnético. ficaria feliz e contente com os dois pés separados por uma barra de ferro, e dependurado em uma fina linha de nylon a vários metros de altura, bem distante do solo firme.

solo firme? que tipo de solo? simples. de massapê.

domingo, 18 de janeiro de 2009

arrepender-te

É EXPRESSAMENTE PROIBIDA A ENTRADA DE CÃES E GATOS NESTE ESTABELECIMENTO", diz a tabuleta na porta do armazém. Essa é boa, veja você...

atentem para o seguinte detalhe, talvez vocês ainda não tenham parado para pensar no seguinte: entre os vários itens a venda no armazém temos rações para cães e gatos, justamente aqueles cuja entrada no estabelecimento é proibida. Sendo assim, como eles podem escolher o que vão comer? Exatamente, meu caro. Eles simplesmente não tem esse direito.

É como se você chegasse para o seu cão e falasse: "Quer qual ração? Pedigree Champ? Nada disso, Totó! Você vai comer é essa marca ordinária. Só quem pode comer Pedigree Champ é o Jabs! Ouviu? Fui claro? J - A - B - S ! O mesmo é dito para o gato, quando ele mostra um certo entojo ao ver qual a ração que lhe foi trazida do armazém.

Revolução dos Bichos? Que nada, coitados deles se ousarem pensar em fazer uma minúscula rebelião que seja... vão perder tempo e se arriscam a levar umas chineladas das boas, ou o tradicional tapa com uma revista enrolada. E ainda podem ter as suas fuças esfregadas na caixa de areia, para aprenderem a nunca mais fazer isso.

E assim é o Brasil, e eu não estou falando só dos animais quadrúpedes e supostamente irracionais. Décadas se passaram mas a metáfora continua a mesma.


MUDA BRASIL!

sábado, 17 de janeiro de 2009

o nove do sete

é a teoria do pato. faça tudo, ainda que mal feito. o próprio animal citado anteriormente, por exemplo. ele nada, anda e voa. faz tudo pessimamente mal, mas faz. o importante é fazer. uma ação mal feita que pode gerar uma catástrofe? que gere! Pois que gere sim! A inércia me apavora muito mais do que isso!

Uma catástrofe sem precedentes? Meu amor, eu agüento muito mais do que isso! Viver em completa anarquia, num país sem nenhum presidente? Eu quero muito mais do que isso! Ou muito menos, dependendo do ponto de vista!

mas, voltando ao pato, além das caracterísiticas anteriormente mencionadas, não podemos nos esquecer do seu canto, que está muito distante do suave trinado dos canários. como não pensar nas origens do hard rock e do heavy metal ao ver uma série de patos berrando como loucos? Tudo certo agora! Oh, sim, sim!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Rãs, sapos, percas e o mundo do real

Motivos de força maior me impediriam de postar diariamente neste fotolog que estás a ler, assim como aconteceu com o Jânio Quadros enquanto presidente da nossa república das bananas. Sim, ele mesmo, Jânio Quadros, o Groucho Marx brasileiro. O Buddy Holly dos infernos. E depois veio o Collor, caçador de marajás, que coisa, né? Tava mais para caçador de maracujás, para fazer mousse e outras iguarias de luxe no seu palacete. E ainda quer voltar ao poder. Espero não viver para ver uma cena dessas.

Ver não é nada, pior é sentir na pele. Assistir a um filme como Platoon é bom, muito bom. Você prepara umas pipocas derretidinhas na manteiga, bota a "finta" no vídeo, dá o play e pronto: é só alegria. Uma experiência extraordnária da qual os seus sentidos nunca se esquecerão. As cores vêm até você.

Por outro lado, imagine se, em vez de ser a uma película que você estivesse assistindo do outro lado da tela, fosse à sua realidade, e você estivesse lá nesse processo árduo e aparentemente infindável de descobrimento do Vietnã. Você lá, com um bacamarte na mão, correndo sério risco de perder a sua preciosa vida no próximo segundo. É barra, né?

Por isso pense duas vezes antes de criticar pagodeiros como o Netinho de Paula do Negritude Júnior (Dinossauro?), o Leandro Lehart do Art Popular, o Dhema, o Salgadinho do Katinguelê, o Frederico Augusto do Sorriso Maroto, ou qualquer um dos integrantes de outros grupos como o Soweto ou o Sampa Crew. Pois, por mais que a música deles não seja nem um pouco do seu agrado, muitos deles, ainda que sem o alarde da imprensa e da mídia em geral, doam graúdas inportâncias de dinheiro para várias instituições de caridade.

E você? Tá fazendo o que neste momento? Fumando Maconha e escutando Fincabaute?

Pense bem, Pateta, pense bem.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

zuarte

O microcomputador é o aparelho de telefone dos nossos dias mais que modernos. É indubitável o fato de que sai muito mais barato papear no MSN, por exemplo, do que ficar de conversa no já surrado aparelho Graambellico.

Na década de oitentas era um suplício ainda maior pagar a conta de telefone. Conversões de moeda à parte, houve época em que, numa casa com adolescentes que usavam o aparelho de telefone à guisa de brinco, chegava-se a pagar até dois mil cruzeiros por mês. Já imaginaste como poderia ser constrangedor duas pessoas dividindo essa conta? "Mil meu..."

Em países mais desenvolvidos você já tem direito a um combo: Tv a cabo, internet banda larguíssima, telefone (por que não?), a assinatura de um jornal ou revista à sua escolha, passe livre nos ônibus, e 24 territórios à sua escolha.

Mas é no brasil que se passa a nossa love story, e será escrita assim, em português castiço. Nossa trama começa numa discotheque. Jovens sacodem os seus corpos ao som dos maiores ~exitos da música dance, quando um rapaz aí presente pergunta pra uma guria:

" Qual é a sua graça?"

"Sindinense", responde a guria.

"Nome curioso... seria por algum acaso quem nasce na cidade de Sindinah?"

responde laconicamente a guria, divertindo-se com a ignorância do rapaz. " É que pouco antes de eu nascer os meus pais alugaram uma fita no videoclube chamada Sid & Nancy. Perguntei a eles sobre o que era o filme, mas eles disseram que já se esqueceram do enredo. E você?" Pergunta a moça, com um olhar oblíquo. "Qual a sua graça?"

"Ericlépito"

"Ah, essa foi a melhor do ano!" Gargalha com gosto a guria, enquanto joga a cabeça para trás, com a dentuça completamente exposta, algo entre a Beth Goulart e uma carranca do rio Amazonas. "Se o meu nome é curioso, o seu chega a ser escroto de tão exótico! E, me diga, ó, sabichão: de onde vem esse teu nome?"

"Uma vez eu perguntei ao meu pai. Se eu não me engano, foi uma singela homenagem a um cantorzinho americano do qual ele escutou uma vez uma fita no walkman."

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

turba enfurecida da gelatto

falar é fácil, muito mais fácil do que pensar, aliás. Falar até os papagaios falam. Mas peça para ele fazer uma soma elementar de dois mais três, ou então chegue para ele e fale: "Quem de vinte cinco tira fica...". O máximo que ele vai lhe repsonder vai ser uma série de palavrões que ele decorou de tanto ouvir o seu Manoel da padaria soltando desaforos a seus clientes a torto e a direito. Ou então ele vai olhar para a sua face e vai dizer que quer um biscoito. E lá vai você, idiota como é, e dá um biscoitinho para esse diabo verde. Assim que ele termina de comer, ele vai e repete a frase famosa. E lá vai você e dá outro biscoito pro bicho. E assim sucessivamente.

E como termina essa estória? Simples. Dias depois você está na mais completa miséria, e o papagaio está quase estourando de tão gordo. Daí então você tem a não muito brilhante idéia de vendê-lo para o açougue.

Espera aí. É isso mesmo que você disse? Vender o papagaio para o açougue?

Ô, seu pedaço de animal quadrúpede! De onde você tirou uma idéia tão imbecil? Alguma vez você viu alguma carniceria que tivesse na sua porta uma tabuleta com dizeres assim: " Vendemos carne de papagaio! Sim, isso mesmo, meu senhor, minha senhora! Não deixem de experimentar! É um verdadeiro baile de gala para o seu paladar!". Eu, pelo menos, na minha mais que tacanha experiência de vida, nunca vi nem consigo imaginar uma cena tão ridícula e improvável como essa. Se você consegue tudo bem. Vá em frente com essa sua idéia bizarra.

O céu é o limite para você. Você é aquele que ao bater palmas faz com que caia um temporal daqueles sem que antes houvesse sequer uma nuvem interferindo na visão de um céu mais que azul. Já que você é esse que pode tudo, vá lá. Mostre todos os seus novos passos de dança, a sua coreografia arrojada. Faça um C com as pernas, como mais ninguém consegue fazer. E se o açougue realmente aceitar o seu papagio e vendê-lo como uma fina iguaria me avise e diga em qual carniceria ele está sendo vendido, para que eu tome as minhas precauções e não passe nem perto.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Raimundinho da Lua

Se você é um entusiasta ardoroso dos quadrinhos (ou HQ, para quem tem preguiça de falar e/ou escrever), não perca as incríveis aventuras de João Monetário. Ele é um banqueiro muito louco que está sempre envolvido nas maiores enrascadas, e aprontando confusões tamanho família. Não perca as suas mirabolantes tiras, que são publicadas diariamente na Gazeta Mercantil e no Jornal do Commercio.

Tem um antigo ditado (ou um velho deitado, segundo alguns) que diz mais ou menos assim: "Quem dá aos pobres empresta a Deus". Como se Deus se importasse com dinheiro ou quaisquer outros bens materiais...mas, vá lá. Pois eu agora, neste exato momento, crio um novo deitado: "Quem dá aos ricos é babaca e só pode estar querendo aparecer". É o outro lado da moeda. Daí então você pergunta: e onde está o ar bonachão e reconfortante do velho deitado? E eu te respondo com uma outra pergunta: Para quê? Já paraste para pensar que os nossos tempos são bem diferentes daqueles em que foram criados velhos deitados como o anteriormente citado?

Quando alguém abre a boca para falar em empréstimo pensamos logo em uma agiotagem braba que cobra juros pra lá de abusivos, e que se você não pagar no prazo previamente estipulado corre o risco de ter a sua casa metralhada, toda a sua família tomada pela insegurança e pelo terror... e por aí vai. Ou então pensamos em pessoas mortas alardeando as qualidades de instituições duvidosas como Losango, Banco Cacique, Banco Um, Pousada, e etcetera e tal. Quem roubou o meu berimbau? Só pode ter sido o Caximbau!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

atarantellos do sul

Vocês com certeza devem se lembrar de um antigo reclame que passava em nossos televisores nos anos 80, muito aclamado pelos telexpectorantes em todo o Brasil. O produto em questão eram as lentes bifocais Varilux, modelo Vip 60, e quem atuava nesse filme publicitário era um dos maiores gênios (por que não?) da TV brasileira, Francisco Anísio de Paula. Mas eu não estou aqui hoje para falar sobre o grande brilho desse artista, e nem para exaltar a ótima qualidade desse modelo de lentes de contacto.

o que de fato me deixa com a pulga atrás da orelha em relação a isso tudo é o final da fala do senhor Francisco nesse anúncio televisivo. Ao longo da propaganda ele fala maravilhas sobre a lente, só falta dizer que elas tem o poder de raio X. E no final Chico Anísio, muito sensato e mostrando o seu grande senso de responsabilidade para com o seu público cativo, recomenda a que antes de sair comprando a tal lente como se fosse meia dúzia de peras william ou de manga palmer eles consultem o oftalmlogista. Até aí tudo bem. Mas a sentença que ele profere depois é que dá margem a várias argumentações, e disso eu sei que você gosta. Pra que tudo fique mais claro e elucidativo, vou transcrever aqui o que ele fala no final do anúncio:

"...fale com o seu oftalmologista. Ele sabe o que é bom."

Quando ele fala na propaganda, ele dá ênfase à palavra ELE. ou seja, eleva o especialista nesse campo da medicina à categoria de grande detentor da verdade absoluta e universal. Ou seja, se você não teve a grande sorte de nascer oftalmologista... é mais um da ralé, da escória humana. Não importa se você é um vendedor de balas de alfenim, dono de confecção infantil, presidente da maior potência do mundo ou mesmo treinador de badminton.

E outra coisa não menos importante: "sabe o que é bom"? Imagine essa situação. você vai na discoteca, começa a conversar com uma pessoa do sexo oposto que você acha muito atraente e interessante, mas fica na dúvida se no momento atual da sua vida você deve se envolver com alguém. O que você faz? pede licença a essa persona dizendo que vai ao banheiro rapidinho e na verdade vai ligar pro seu oftalmologista pra que ele te diga o que é bom numa situação dessas? O que ele vai te dizer? Pra ficar de olhos bem abertos? Pra se envolver, e se a pessoa fizer ou falar alguma besteira você fazer vista grossa? Pra se vocês realmente se envolverem muito quando for comprar as coisas pro seu futuro lar você não comprar nada a prestação, só à vista?

E mais: e se você não tiver oftalmologista? Vai ter que às pressas procurar um que você possa chamar de seu? E se você tá na discoteca nessa situação e não tem celular ou deixou em casa, e o local não tem nenhum orelhão por perto e nem um amigo à vista (opa, essa é uma das palavras chave de hoje, sendo que outras não são de bom tom falar aqui agora) para pedir o celular emprestado por dois minutinhos e meio, no máximo? Você fica como? No mato sem cachorro? Como você fará para ver uma luz no fim do túnel? Aceito sugestões para resolver essa problemática pré-socrática.

domingo, 11 de janeiro de 2009

portinholas

u agora vou ser mercenário. definitivamente virei mercenário. não vou me levantar, me escovar , bocejar, me alongar por menos de quinhentas pratas. das americanas. as verdadeiras verdinhas.

não vou passar a minha vida inteira trabalhando com madeira. nem chegue perto de mim com grumixava!

e nas horas vagas eu vou matar uma grega.

vombate

se eu pudesse nem me levantava da cama hoje. hoje o meu despertar foi com um certo sabor de forceps. aliás tem sido assim quase todos os dias, entre segunda e sexta-feira. sábado geralmente tem um suave gosto de ônix. e domingo fica no meio termo, com um quê de alcalino.

quantas semanas faltam para as tão desejadas férias? quantas pratas são precisas para emendar aquela falha terrível de atenção? a clientela do inferno se fez presente, impossível não notá-los. olha só como eles nos abordam! se eu pudesse nunca mais os veria na minha frente! provocam-me asco, e eu tenho certeza absoluta de que tudo isso é intencional.

mas vocês vão passar e eu vou ficar. eu tenho na minha herança genética o vigor do babalaô, só não tenho na minha constituição física uma parcela de petróleo, como diz a boca miúda em relação a esse chiclete.

por falar nisso, qual seria a utilidade de um martelo em uma loja de doces? creio eu que seria a mesma que esse objeto teria em uma banca de jornais, por exemplo. ou então na casa da senhora sua mão, ou na casa da senhorita sua tia, como queira. ou na sua própria casa, se é que vives sob algum teto. e qual seria a sua utilidade? rodar no ar gritando que és thor, até acertar a testa do primeiro moleque desavisado que passar por perto. e depois terás que levá-lo para o agarran.

brabham! brabham!! o motociclismo na história da sociedade judaica. para eles é muito mais aprazível andar em uma moto do que em um fusca. captou a mensagem histórica? nós judeus explodimos de alegria em 1986 no méxico. andando de motocicleta paramos em frente a uma casa e abrimos a sua porta. e quando a abrimos, quem aparece?

a vaca amarela.

que não rima com "filho do capeta". lambreta sim. mas nós não gostamos de lambreta. nós não nos enfiamos em um paletó quente num calor que ultrapassa os quarenta graus na sombra. nós gostamos é de motocicleta, ou então de qualquer carro que não seja um fusca. captou agora, finalmente, o sentido histórico dessa afirmação? está sentindo o teor desta mensagem?

estou eu um azougue? ou um mero palerma que está perdendo a noção da realidade?

você sim. nunca foi das pessoas mais lúcidas, e agora olhe-se no espelho. e o pior de udo é que você pensa que é uma pessoa das mais normais, gente como a gente, kramer versus kramer. desista. pegue a grana e faça o devido ressarcimento. chupe a minha energia até os ossos você também! vem!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

vinte e sete

Um monte de ferro retorcido de bronze. Vais me dizer que isso merece o nome que tem? "São Jorge matando o perigoso dragão no lado brilhante da Lua". Francamente. Se vocês vissem... eu não dou uma semana pra essa coisa hedionda ser toda grafitada. Não que eu vá fazer isso, pois esse tipo de coisa não é do meu feitio. Mas, tão certo quanto eu tenho duas mãos e o Sol nos recompensa com a sua calorosa essência todos os dias, aquela aberração criada pelo homem será devidamente, digamos, esculachada. Algumas pessoas chegam para mim e falam: "Mas será possível que em tudo você vê sempre algo ruim, pessimista, negativo? Nunca te vejo falando ou escrevendo bem sobre alguma coisa. Aliás, aí está o xis da questão: escreves muito mal. Pareces um semi analfabeto. Tens tanta intimidade com as letras e os números quanto eu tenho com as mulheres". Depois desse comentário singelo vindo da parte de um de meus melhores amigos (imagina se ele fosse o meu inimigo...) eu tive que responder: "Em primeiro lugar: já viste o mundo e a sociedade que nos rodeiam? Eu vou falar bem de quê? E de quem? De você? Logo de quem... Uma dessas pessoas asquerosas que têm aquele péssimo hábito de aproveitar a primeira oportunidade para tentar botar o meu ego ao nível das minhocas! Acho isso horrível. Gente que abusa daquele ditado de que quem avisa amigo é. Usa isso como pretexto para todo tipo de agressão verbal. E depois ainda teria coragem de reclamar se eu perdesse a paciência e partisse pra agressão física. Como se eu não tivesse razão suficiente pra isso. Olha, vou te dizer uma coisa, e vou dizer isso só uma vez: dá o pira. Meia volta, volver, e nunca mais apareça na minha frente." foi bem assim. Desde então a minha vida mudou.

Querem acabar com a cultura, mais precisamente com a minha cultura, que não é das mais privilegiadas. Eles querem me deixar em tal estado que eu acabe votando no Collor, no Afif, no Caiado, aquele do Cavalo Branco. Lembram-te disso? Quem? Quem? Quem? Queen?

folksterismo

nestes dias eu estive passeando em plagas litorãneas. daí você me pergunta: o que comeste esses dias? e eu te respondo: camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, camarão, 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camarão, ca

viseiras de fogo

Imagine você a seguinte situação:

Anos 80. Franceso Buarq, de shortinho silze, só tem dois cruzeiros na pochete, e não sabe se com essa dinheirama compra uma fita cassete dos Engenheiros do Hawaii, um compacto do RPM, ou um sanduíche de queijo.

Certamente, munida de uma saraivada de preconceitos, a maioria dirá que a melhor escolha de Chiquitito seria ir pela terceira bifurcação. E completariam assim essa lina de raciocínio:

"Ah, sim, e com uma talagada generosa de manteiga. E esquentado na chapa, se possível. Se não for pedir muito, gostaria de complementar o meu banquete com um copo abarrotadinho de refresco de frutas e como sobremesa um bem servido porrão de doce..."

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

a moderneira

Assim como o pra lá de ido poetinha Carlos Dimõ de Andrade demonstrou o seu aval intelectual ao então nascente (aqui no Brasil, aos olhos da grande mídia) movimento punk lá pelas plagas de final dos anos 70 / início da década de oitenta, Francesco Buarq d'Ollaynez Morelembaum III (sim, ele mesmo, o Chiquinho) levantou aos quatro ventos a bandeira do movimento House e da música dance de uma forma geral lá pelo finalzinho dos anos 80, mais exatamente em meados de 1990.

O que pouca gente sabe (ou pelo menos demonstra ignorar, por conveniência ou não, vai saber...) é que antes mesmo de gravar o divisor de águas de sua carreira, o CD Paratodos & Zé Trovão, a volta de Tutti-Frutti, Chiquinho teve discussões mais que acaloradas com o pessoal da gravadora RGE, pois ele queria porque queria lançar o seu próprio disco de música dance, seguindo as tendências mais modernas do período.

Nessa época era fácil encontrar o meu, o seu, o nosso Chiquinho até altas horas da madrugada na boite Help! cheirando até ficar azul e balançando ininterruptamente o seu corpinho delgado ao som do mais infernal dos chacunduns. Foi nessa época em que o recém-desquitado Chiquinho fez a festa dos baluartes da imprensa marrom, com pérolas como essa: " Bicho, o House é a nova pipoca da juventude, e eu sou extremamente jovem! É música pra ficar doidããã~~aããão..."

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

magnésio 68

agora, meninos e meninos, sentem-se e prestem muita atenção, pois contarei para vocês a história do vietnã.
foi bem assim:

o Vietnã foi descoberto em 1963 pelos americanos. esses já chegaram mandando balas e granadas pra cima dos nativos. a invasão começou pelo sul do país, onde a população tinha fama de ser mais dócil e volúvel. tudo isso o exército americano já sabia graças a informantes vindos de outros povos de olhos puxados.
como todo bom colonizador, os gringos impuseram a todo custo as suas crenças, seus hábitos, e, principalmente, a sua língua enrolada. os vietnamitas foram forçados a botar whiskey na feijoada e a tirar o seu samba das paradas. everybody! do you like?
não demorou muito tempo para que houvesse uma forte reação negativa a essa colonização. Afinal, não estávamos mais nos séculos XV e XVI, época das grandes colonizações, das conquistas ultramarinas. tomar uma atitude dessas em pleno século XX era um perigo. Mesmo dentro dos próprios estados unidos da vila isabel essa reação era fortíssima.
a garotada mutcho loca e prafrentex deixou o cabelo crescer, trocou o 752 da vulcabrás por sandálias samoa e / ou rider. a moda agora era ser contra o vietnã. vamos acabar logo com isso, bicho. deixa esse tal de vietnã pra lá. pra que ficar transando essa violência toda? e assim estava armado o circo.
circo é pouco. uma molecada vanessa da mata demais, muito... bom, chega de cita rnomes, pois senão vai ser mais briga ainda que eu vou comprar. pra bom entendendor, meia palavra basta. quem tiver que entender, entendeu. quem não precisar entender, é só continuar lendo e acompanhando a estorinha. que nem naquele filme, o veredicto.
tamanha foi a pressão que em 1975 acabou o vietnã. foi mais ou menos uma década depois disso que acabou o japão também.

domingo, 4 de janeiro de 2009

8

Alguém pode me explicar qual é a graça de feriados como o Sábado de Aleluia e o Domingo de Ramos? Não seria bem melhor se fossem, por exemplo, segunda-feira de Aleluia e terça-feira de Ramos? Especialmente se fossem um dia seguido do outro... Já pensaram? Hein? Hein?

Discordo completamente do viadinho lá do Caio Blat, que foi num programa de tv reclamar dizendo que temos muitos feriados. Ledo engano, jovem rapazinho afeminado da Zona Suda. Eu acho que tem até muito pouco.

E eu tenho certeza que muitos compartilham da mesma opinião que eu. Tirando é claro, gente da sua laia. Um chico buarki da vida, por exemplo...

sábado, 3 de janeiro de 2009

timbrado & circunflexos

está incrivelmente quente aqui hoje, incrivelmente quente aqui. ou, em português castiço, não dá nem para acreditar em toda esta quantidade de calor. não está dando nem para usar o tradicional 'jeans e camiseta'. infelizmente, temos que apelar para o shortinho. um verdadeiro retrocesso. não tem como não me sentir como se estivesse voltando aos anos oitenta. só falta agora usar uma viseira com o intuito de proteger a vista do sol, e/ ou fazer um corte de cabelo asa delta, para refrescar a cuca.

isso me faz parar pra pensar: quem lucra com todo esse hype? você? eu com certeza não ganho nem um dólar furado com essa coisa toda. já me sinto embaraçado de ter que usar o shortinho, pois sempre aparece um engraçadinho que fica insinuando de que eu estou fazendo propaganda desse re-modismo. rapaz, se isso já era constrangedor naquela época, imagina hoje...

hoje a inspiração não bateu à minha porta. muito menos a piração. essa eu dispenso. não quero ser o tipo da pessoa que sai à rua e os outros ficam cochichando: 'tá vendo aquele cara ali? eu o vi ontem no super pop. é doidinho!'. ao que a outra pessoa responde: 'é, ele foi no jô soares também, e foi o jurado da dança dos famosos no domingo passado'. ' já viu a imitação que fizeram dele no Pânico? igualzinho'. extravaganza for export não é comigo. não tenho vocação nem para carmem miranda nem para ricky martin, nem muito menos quero bancar o gerald thomas e ficar cumprimentando todo mundo com selinho. 'esquisitices' da zona sul carioca, dar o rabo em direção ao cristo redentor assim como os muçulmanos fazem as suas orações virados em direção a meca. isso não é vida para mim. se é vida para você aí de shortinho verde, então vai te catar. queres ver e ser visto? mais ser visto do que ver? quer transformar as boates do momento em um espelho gigantesco para que faças a sua apoteose? então segue o teu caminho e vai! quem mandou não nascer em londres ou em ibiza?

quem inventou o trabalho não só não tinha mais o que fazer como merecia ser surrado em praça pública. merecia ser apedrejado por vários. e a sua invenção teria que ser abolida para sempre. imagina. por que não podemos receber para simplesmente repousar sob a sombra de um jatobá, ao sabor da brisa primaveril? qual é o problema de levar a vida na flauta? por que as pessoas hostilizam tanto aqueles que se dedicam à mais harmoniosa vadiagem? quer dizer, há sempre as excessões, né? tem aqueles que não fazem nada para agradar a deus e no entanto são altamente reverenciados. por exemplo, do chiquinho scarpa ninguém fala nada, né?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

e você? pergunto mesmo. não reclamou de que se sentia excluído nas discussões do pessoal do clube? estavas até ameaçando cancelar a sua inscrição, deixar de ser sócio. então, pronto. está feita a sua vontade. agora o microfone é seu. vamos lá, pode falar tudo o que você estava querendo falar ao longo de todo esse tempo. não hesite. veja como nós somos democráticos, ao contrário das mentiras que você espalhou por aí a respeito da nossa política. vamos provar que você estava mais que errado. mas agora você vai ter que falar, e falar tudo mesmo. não adianta vir com essa estória de que agora já era, que não adianta mais levantar esses tópicos. ou agora você quer virar o tabuleiro, e se denominar o dono da verdade absoluta? logo você, que proclamava aos quatro ventos ser um grande amante da liberdade... agora veja você... antes mesmo de você abrir a boca eu já consigo prever como vai ser o seu discurso. vai enchê-lo de palavras como "fotocópia" e "abreugrafia" só pra mostrar que sabe falar difícil, que é uma verdadeira fera do português. e, sinceramente? do fundo do coração? posso te dizer? eu acho isso de uma vaidade absurda. é uma verdadeira 'melancia no pescoço' verbal, ou seja, algo que você está fazendo com o intuito único de aparecer, chamar a atenção, relevar-se como o grande exibicionista que você é, sempre foi e sempre será. se você fosse para os estados unidos seria humilhado. voltaria com o rabo entre as pernas usando esse teu discurso a la 'the book is on the table, everybody is on the table'. é brincadeira... cat, dog, mouse a esta altura do campeonato? eu realmente não sei quem é pior: você, com toda essa papagaiada, ou esse povinho que fica te endeusando, elevando você à categoria de ' o grande formador de opinião', o mentor. o fodão, como diz o populacho. a humildade passou longe de você. eu fico tentando imaginar quais os valores que lhe foram transmitidos (e também os que deixaram de sê-lo) no seu lar, durante a formação do seu (raso, mas muito raso) caráter. eu fico tentando imaginar quem foram os seus grandes modelos de conduta. essa cafagestagem você puxou do seu pai ou da sua mãe? se não foi de nenhum dos dois, eu fico com pena deles, ao constatarem o monstrinho que estavam abrigando no seu próprio lar. será que eles mereciam um castigo desses? é maldade demais para um casal tão distinto.

a soda

eu fiquei com pena dele ao ver a cena. como não ficar?