quarta-feira, 29 de abril de 2009

Amigo imaginário do Equador

Marinheiro, corsário, ao mar.
Conforme a tua preferência.
Os olhos, um filete castanho
por causa da mui forte tempestade.

Estático, impassível, imponente,
desconcertante, ferrenho, combativo,
guerreiro, irascível, perseverante,
adamante, acachapante, espetacular.

Marinar, corsariar, marejar!
Conformar, perseverar!
Olhar, filetar, acastanhar!
Pôr, causar, forçar, tempestear!

Impassível como um imponente totem, nosso marinheiro enfrenta a tudo estático.
Com uma coragem desconcertante ele prova o quanto um homem pode ser ferrenho e combativo!
Nosso guerreiro do mar enfrenta a ira da natureza como o mais perseverante dos representantes da raça humana.
Assim como suas opiniões a respeito de toda e qualquer coisa, lá está ele: adamante, acachapante, proporcionando a todos nós, adoradores de estórias fantásticas, um enredo para lá de espetacular!

terça-feira, 28 de abril de 2009

curtíssima

Cansou-se do nome, achava-o até mesmo constrangedor. O que é até estranho, afinal é um nome tão comum... senão , vejamos: Edson.

Sem dar maiores explicações a ninguém ele pagou a taxa de R$ 5,38 ( mais barato que a regularização de um Certificado de Pessoa Física, vejam vocês...)no cartório mais próximo à sua casa e num piscar de olhos (na verdade foi depois de quase duas horas esperando na fila) ele passou a chamar-se Carlo.

E a confusão na cabeça dos amigos, familiares e colegas de trabalho? Levou uma cara até que todos se acostumassem com o novo nome de Carlo.

domingo, 26 de abril de 2009

www.dunya.tv

Muitos pensam que a vida aqui na Turquia é mole, ficar deitado comendo tâmaras maduras enquanto osu abanado por serviçais, mas vou logo dizendo que não é mole não. Aliás, as tâmaras maduras eu confesso que até como, e sem fazer caretas, até gosto, mas não sou abanado, e muito menos por serviçais.

Para começar, só temos uma emissora de TV e uma emissora de rádio ondas curtas, ambas estatais. Quando passa um jogo de football, por exemplo (que é um desporto do qual não gosto nem um pouco) eu vejo-me obrigado a desligar o televisor. E para isso eu tenho que ir até o telefone público na rua (telefones particulares são um privilégio apenas para as pessoas jurídicas) e pedir para que a telefonista Schooschä entre em contato com a Casa-sede do governo para que ele me dê a autorização para que eu possa desligar o aparelho. Pra ligá-lo devo fazer a mesma operação.

Uma vez ligada a TV, na hora dos comerciais ouso dizer que mais de 90% dos reclames são referentes a instituições financeiras. E como a TV é preto e branca nem assim a gente consegue ver a cor do dinheiro.

Da rádio então, menos ainda tenho para falar. Durante a maior parte do tempo tudo que eles transmitem são as mesmas canções folclóricas desde mil novecentos e vovô ainda com as duas mãos, antes de tê-las cortadas por olhar de soslaio pra uma jovem na rua. Para ouvir meus grandes ídolos locais, como Erkin Koray, Cem Karaca e Baris Manço, tenho que passar por uma verdadeira sabatina até conseguir os discos. Bandas internacionais como os Beatles e os Rolling Stones então...

Vida noturna é algo que simplesmente inexiste aqui em Ankara. Nem o bingo da cachaça a gente tem.

Assinado,

Nassif, moço bonito.

Fora dos títulos

Estava eu um dia lá no meu grupo escolar, no horário do recreio. Levei comigo o meu violão. Procedimento corriqueiro, outros rapazes também o levavam. Não o meu, lógico. Cada um que levasse o seu, oras.

Por um belo acaso do tal do destino estávamos eu e mais dois trutas juntos, tocando algumas músicas do Led Zeppelin. Além de mim estavam também o Adamstor, vulgo Cabrobró, e o Manhães (não me lembro agora qual o seu prenome) batucando um ritmo legal. Chegou um outro rapaz lá da escola que era nosso conhecido de vista. Não se fez de rogado e já veio cantando por cima da nossa sofrível melodia.

Esse rapaz era o pedro Augusto, mais conhecido como Pepe. Era um pouco mais novo do que nós (estávamos no terceiro ano do Científico. Ele, no primeiro), e apesar dos trejeitos meio afeminados, topamos de tocar com ele numa boa. Até porque, pra tocar led Zeppelin isso é até uma vantagem, um quê a mais de semelhança com a banda original.

Começamos então a ensaiar quase todos os dias, depois das aulas. Um dia no quartinho de um, um dia no quartinho de outro. E nos fins-de-semana íamos pra mansão (por ue não?) do nosso baterista, o Manhães. Sim, ele era membro da famosa família Manhães, a das drogarias. Sendo uma banda de jacarepaguá, estávamos mesmo predestinados a tocar covers.

A cada semana a evolução era sensível. Logo estávamos tocando igualzinho aos originais, quiçá superando em alguns momentos. Até mesmo em Kashmir, uma das músicas mais famosas da banda, mas uma péssima sugestão para nome de recinto para shows de rock.

Faltava agora escolher um nome para a tal banda. algum iluminado veio com a grande sacada, não me lembro quem agora. Chegou e proferiu tais palavras:

"Que tal a gente chamar a banda de Areia mijada?"

"Como é que é??? Mas que safadeza, que pouca vergonha!! Que absurdo!! Mas por que esse nome?"

"Ué, não tem ou tinha aquela banda cover dos Beatles, o Terra Molhada? Lembrei-me desse nome e pensei em Areia Mijada, que é também uma homenagem à face do Robert Plant dos dias atuais"

Isso sem falar na voz de velho, claro.

sábado, 25 de abril de 2009

filosofia ordinária

Sinto-me devidamente habilitado para tratar deste assunto aqui agora, enquanto autoridade máxima no que diz respeito ao bome velho rock and roll.

As pessoas me perguntam: por que insistir em reavivar a chama do rock and roll setentista? Vale a pena tocá-lo de forma cuspida e escarrada em pleno ano de 2009, mesmo correndo o risco de que as músicas fiquem muito parecidas entre si? e eu respondo que com certeza vale. E a quem indaga-me sobre esse assunto faço questão de explicar.

Foi durante os mil novecentos e setentas (como dizem os norte-americanos), especialmente na sua primeira metade (o período englobado entre primeiro de janeiro de mil novecentos e setenta e um e trinta e um de dezembro de mil novecentos e setenta e cinco) que o rock and roll chegou aos seus extremos no que tem de mais importante. Por exemplo, foi nesse período que o fanfarrão foi mais fanfarrão, o pesado foi mais pesado e o sério foi mais sério. Não vamos confundir seriedade com a melancolia e a pose de "Ah, sou mais triste até mesmo do que uma cabra!" do chamado grunge dos mil novecentos e noventas, e que deixaram filhotes e defensores ferrenhos até os dias de hoje, acredite se quiser.

Afinal, como bem disse um amigo meu: se for para espelhar-se e/ou copiar o som de uma década, que seja da década de setenta.

Mas, fazer o que, né? Tem gente que não gosta nem mesmo de Pink Floyd. Tem gente que despreza e faz pouco caso de bastiões como AC/DC e Slade. Tem gente que acha ruim a sonoridade das baterias nos discos gravados nesse período (acredite se quiser). E, pra fechar com chave de ouro, tem gente que prefere o Iron Maiden com o Bruce Dickinson nos vocais principais ao Jairo Almeida com o Paul D'Ianno. E os mais radicais que preferem a fase com o Blaize Balley.

terça-feira, 21 de abril de 2009

dodô do peitinho

Não cresci em Gotham City, mas aos quinze anos eu ia e voltava sozinho da Tijuca à nite, onde eu fiz o meu Científico, como era chamado na época.

Chegava eu em casa geralmente entre onze e trinta e meia-noite. Era chegar em casa, servir-me da refeição norturna ora fria ora requentada pela minha pessoa (quando eu estava com um pouco mais de disposição) e sentar-me à frente do televisor cheio de estática (era pré-TV a cabo) para ver o Jô Soares Onze e Meia no Sistema Brasileiro de Televisão.

Olhando agora para trás, com a reconfortante distância do tempo, fico a questionar o que poderia me causar maior desgosto: chegar em casa tão tarde, comer a comida requentada ou bóia fria, ou então deparar-me com José Eugênio Soares na TV cheia de estática e de estatísticas.

Só seria eu livre se saísse de Gotham City, caso eu tivesse nascido e sido criado lá?

soleiras

É a temporada do Leão. O Leão tá na moda, e todo mundo tá com medo do Leão.

E eu não estou a falar do Leão metrossexual, muito menos do Leão da Metro Goldwin Meyer. Estou a falar sobre o Leão financeiro. Aquele do qual o George harrison não gostava nem um pouco.

Esse Leão surpreender-se-ia com João Monetário, ao saber que esse chega mais rápido saindo da Tijuca para jacarepaguá quando vai de 455 até o bairro de Goldwin Meyer e de lá pega o 691 do que quando anda até Monday Square e pega o famigerado 601.

domingo, 19 de abril de 2009

zerando

A ação aconteceu em uma feirinha de subúrbio. Sim, foi isso.

Primeiro chegou um tecladista. O povo começou a se juntar, curioso. Provavelmente, pensariam eles, o tal tecladista puxaria um forrozinho acompanhado de uma batidinha eletrônica xinfrim do teclado.

O tecladista começa então a tocar. E era uma música estranha, complicada, ninguém dali nunca tinha ouvido nada assim. Mas acharam bonito. Alguns até arriscaram algumas palminhas, tentando acompanhar.

E foi assim por uns 3 minutos que pareciam uma eternidade. Uma maquininha de fumaça bem qualquer nota deu umas baforadas no chão, e de repente, por detrás de um biombo, sai um sujeito magrinho, careca, todo de preto, se sacolejando. Parecia que ele tinha acabado de sair do coiffeur onde trabalha pra ir lá.

De repente ele abre a boca e canta "Love me Tender", do velho Élvio. Os mais antigos, que conheciam essa canção popular, ficaram confabulando: mas que coisa. Cadê a roupa, o cabelo de Élvio? Pelo menos a voz é idêntica! Se eu fechar os olhos será como se o velho Élvio estivesse do meu lado cantando na minha presença! E sem precisar de tocar atabaques, beber cachaça, matar bodes e fumar cachimbos e charutos para trazê-lo ao mundo dos vivos!

Élvio e seu amigo marcos, o tecladista tocaram por quase uma hora, e o povo ahou sensacional. Tinha um sujeito de camisa vermelha, inclusive, que vibrava como se estivesse a dar a vida pelo novo/velho ídolo. E o resto do povo dançava animadamente. Os que não conheciam as músicas batiam palmas para acompanhar. Mas todos com muita emoção e alegria.

Quando terminou o show o dublê de Élvio foi abordado por uma senhorinha, que provavelmente já era adulta quando do sucesso original do velho Élvio. Ela vei elogiar o dublê, dizendo que a sua dublagem do velho Élvio estava perfeita. O dublée, achando graça e ao mesmo tempo se sentindo lisonjeado pela semelhança, disse que na verdade ele não estava dublando, que era a voz dele. Para provar ele deu uma palhinha de Bossanova, e a senhorinha se desfez em lágrimas de emoção, como se estivesse cara a cara com o próprio Renato Russo, quiçá o Cazuza.

E assim o nosso amigo dublée do velho Élvio e seu amigo tecladista Marcos recolheram as suas coisas, guardaram no seu Corsa e foram para o seu próximo show, em um circo mambembe em uma cidade do interior próxima à capital. E adivinhem quem estaria nesse show vibrando com emoção? Raimundo Nonato? Não, aquele mesmo sujeito da camisa vermelha.

sábado, 18 de abril de 2009

teclado renitente

No campo das probabilidades é assim:

Se ele tem mais de 3 metros e aponta pra você, então ele está em São Francisco no ano de 1968.

Se ele não está apontando pra você e nem tem a altura anteriormente mencionada, então ele é apenas um rapaz tão tonto em Toronto no ano de 1974, lançando o primeiro disco do seu power trio, com fortes influências de led Zeppelin e Cream.

Se ele tem 3 metros de altura mas não está apontando pra você, ele é um turista perdido nos Estados Unidos e que pergunta para todos que passam: "Afinal, onde neste mundo de meu deus fica San Diego, California?"

Se ele tem um pouco menos de (hum metro e oitenta e está apontando pra você, então das duas uma:

a) se estiver de terno branco e atravessando a rua com as duas mãos enfiadas no bolso da calça, então ele é um dos maiores ídolos de todos os tempos e foi assassinado a tiros no final de 1980, fechando de forma trágica a década de 1970's;

b) se ele estiver com as duas mãos para cima, e balançando enquanto pula no ar, então ele se tornou o estereótipo de baterista e vocalista ao mesmo tempo, e impacientou demagogos em entrevistas quando o compararam ao tal sujeitinho.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

cinto de couro trançado , senhor, não é uma carta de amor

Siribango nasceu e foi criado em Salvador, na bahia. Fala isso com muito orgulho, e diz para toda e qualquer pessoa que é grande a sua habilidade em dar estrelas no ar. Cruz em credo , eu tenho medo de Siribango!

Bem mais tranqüilo é Edgard, o seu irmão gêmeo que mora em Maceió. Nem parecem irmãos, a não ser pela extrema semelhança física. Edgard preza muito mais os seus dotes intelectuais, que não são poucos. Quando os professores orgulhosos diziam estar diante de um novo Rui Barbosa eles não estavam sendo irônicos ou cínicos. O que quer dizer que, ao contrário do que diz a canção popular, por trás dessas linhas há algum resquício de verdade. Verdade bem verdadeira.

Faz pelo menos uns bons dez anos que esses dois irmãos não se encontram. Siribango, muito mais explosivo emocionalmente, às vezes desata em lágrimas ao lembrar de seu querido irmão, e em meio a tal pranto não para de repetir o quanto sente saudade de Edgard. Já Edgard, com toda a sua fleugma britânica (apesar de ser soteropolitano), diz que tem grande estima e afeto pelo seu irmão, mas que é indubitável que sua paz de espírito fica bem menos abalada quando o seu irmão poucos segundos mais novo está a uma distãncia segura. Em seguida emite um ligeiro suspiro e complementa com um "Ah, esse menino..."

quinta-feira, 16 de abril de 2009

o Sol, o rolo e o môcho

O texto de hoje veio de uma carta do leitor Daniel Silveira, de São São Paulo (dá-lhe Tom Zé). Vamos falar sobre a cordialidade no rock carioca.

Ao invés de enveredar em longas e enfadonhas descrições sobre tal assunto (que nem tem muito o que render, na verdade, mais pela falta de rock do que pela falta de cordialidade), vamos pôr aí abaixo falas que escutamos aqui e ali, em váias variáveis:

"Ah, a banda tal é uma merda, mas o baixista da banda arma uns shows lá no Bar do Zezinho Orelha".

"As bandas tem que se unir, independente do estilo musical, cadê a união do Underground? A cena?"

Cena de cinema? Sena acumulada? A Teimosinha? Pôe na conta, mexe, mexe, que o seu juro é bem maior?

Teje dito? Tô com mais dúvidas agora do que antes de começar a escrever esse texto, que, aliás, ô coisinha micha...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

marulhos

Dizia assim a tabuleta:

"Quer aprender todas as notas musicas gastando pouquíssimas notas monetárias? Venha agora mesmo para o curso de música do Dodô do Quartinho. No quartinho de Dodô você vai aprender a ser um musicista completo, e não apenas um mero tocador de guitarra elétrica!

Você vai aprender a tocar o que realmente importa: bossa nova, chorinho, muito Roberto Carlos e afins!

Venha agora mesmo aprender música com esse professor que é uma coça!

Dodô do Quartinho!"

terça-feira, 14 de abril de 2009

topo da geada

Se você é um autêntico colecionador de discos, especialmente os de vinil, sabe que não há nada como escutá-los em suas edições originais, os discos da época mesmo. E quando falamos em época, automaticamente pensamos em anos 60, o que nos remete aos reis desse período, os Beatles.

Nas primeiras vezes que ouvi vinis dos Beatles da época reparei logo umas ligeiras crepitações, uns estalados aqui e ali. Imaginei logo que isso se devesse à ação do tempo. E realmente, observando o disco, podíamos ver algumas marcas nele, uma espécie de Lúcio Mauro mesmo.

Mas, alguns anos depois, tive acesso a algo completamente diferente. Uma edição do Rubber Soul, de uma tiragem lançada poucos meses depois de seu lançamento, e com o vinil pretinho, pretinho, sem nenhuma marca. Parecia até que o disco tinha sido fabricado ontem. Decerto que o dono era homossexual de tão cuidadoso. Mas, voltemos ao disco.

Botei logo o tal disco na vitrola, e qual não foi a minha surpresa ao ver que as mesmas crepitações estavam lá? Fiquei intrigado. Mas nada que uma boa pesquisa não esclarecesse. Depois de muito pesquisar, fiquei sabendo qual era a origem daquele crepitar. Devido a um problema de isolamento de som no estúdio 1 da Abbey Road, vazou o som de George Martin fritando umas sardinhas na cozinha ao lado do estúdio, durante as gravações do primeiro LP do quarteto. Eles acharam tão intrigante e gear (segundo os próprios) que resolveram deixar a porta do estúdio ligeiramente aberta nas gravações seguintes, com George martin novamente fritando sardinhas ao longo desse processo.

Daí para outras bandas copiarem a idéia foi um pulo. E haja peixe, e haja Pink Floyd.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

pós-socráticos

Bom, então faça para nós um breve relato. Quem são vocês, como são...

"Certo. O que eu poderia dizer? Somos garotos mimados da Zona Sul que tivemos e ainda temos tudo o que queremos com um simples estalar de dedos. Quando éramos mais novinhos nossos papais nos traziam e levavam dos shows. Agora, como acabamos de completar nossa maioridade, eles nos deram nossos próprios carros."

Muito esclarecedor, e muito edificante também. Agora fale sobre a música de vocês.

" Bom, quando nós começamos, no ano retrasado, éramos uma banda de hardcore melódico, que era a grande coqueluche do momento. Mas, sabe com é, amadurecemos, descobrimos os Beatles e os Rolling Stones, e agora somos paga pau dos anos sessenta, somos psicodélicos da malhação. into que daqui a duas semanas, no máximo três, sofreremos mais uma guinada no nosso som, e começaremos a tocar algo completamente diferente, um cruzamento de glam rock com Frans Ferdinand e Kaiser Chiefs."

Nossa, totalmente surpreendente, hein? (Bocejo) E qual é o grande sonho, ambição de vocês?

"Ah, temos vários. Sendo que o nosso projeto mais ousado é que o nosso produtor finalmente consiga que a gente participe dos comerciais de uma marca de refrigerantes, não vou dizer qual é agora, para não estragar a surpresa. Além disso tem um novo tênis da Adida, super ultra mega radical, que estamos só esperando sair a nossa mesada para comprarmos.

domingo, 12 de abril de 2009

berel

Domingo de páscoa, dia de alegria e de lembrar do nosso senhor, e que tais na quitanda.
E dia de chocolate também, por que não?
O mais usual nesse dia são ovos de chocolate, caixas de bombom, e também aqueles chocolates em forma de coelho.
Pois bem...

Nesse ano Edson, o corretor de seguros, ganhou um presente diferente de sua amada, Yolanda. Quer dizer, o presente em si era fácil de se imaginar o que fosse: chocolate. O inusitado toque de elegância deixo para a quarta linha deste mesmo parágrafo: era na verdade um chocolate em forma de um gurizinho sentado a uma mesinha. O regalo vinha em uma caixa, e dividido em duas partes. Em uma das divisórias vinha o gurizinho de chocolate ao leite, e na outra vinha a mesinha à qual o guri se apoiava.

emocionado com o regalo, Edson comentou:

- Poxa, que coisa mais linda! Mereço eu tanto? Será? Dá até pena de comer esse lindo regalo!

- Ah! Que bobagem, amor! - Disse Yolanda.

- Eternizarei este regalo, tal qual se empalha um lobo guará. Sabe o que farei? Cobri-lo-ei de gesso, contornando perfeitamente as suas formas, e depois pintarei com muito esmero, e botarei essa verdadeira obra de arte, num lugar onde todos poderão vê-lo, por vários e vários anos!

Yolanda, com um sorriso amarelo no rosto, não sabia se fica orgulhosa, desgostosa, ou se chama o Hospício.

sábado, 11 de abril de 2009

Arrestos

Rogério Barretto, se estivesse no meu lugar, iria pegar mais uma xícara de chá e dizer: vamos rir, sim, sim, sim, sim, sim, sim.

Falo isso sem medo de errar, pois sou o dono da verdade absoluta. Eu nunca acho, eu sempre estou mais do que certo. Nem que para isso eu tenha que falar na terceira pessoa. Invariavelmente com voz gutural. Ou seria cultural, nesse caso?

Dito isso, é bom ressaltar que eu não sou o Rogério Barretto, que outrora foi o gênio por trás do Pink Floyd. Sendo assim, não rirei. Falarei aqui sobre a modernidade.

Era Moderna, como nós (pelo menos eu) aprendemos na nossa época de ginásio, foi o período da História marcado pelas grandes descobertas territoriais, as chamadas expansões ultramarinas. Erroneamente, muitas pessoas se referem aos nossos dias como a Era Moderna, ou mesmo usando o igualmente desgastado rótulo de Tempos Modernos, sem desmerecer aqui o genial Chaplin.

Segundo os mesmos livros de História, nossos dias atuais são chamados de Era ou Idade Contemporânea. Mas bota aí mais de vinte anos desde que eu aprendi as coisas dessa forma. Será que ainda estamos hoje nessa mesma Era Contemporânea? Ou será que agora estaríamos em uma, digamos, Era Pra Lá de Contemporânea? Vai saber... Me ajuda aí, Robson! Sérgio magalhães!

Na nossa vidinha ordinária, corriqueira, xinfrim, marota, cheia da insignificância tão cantada por Eddie Veder, os significados de moderno e homossexual se confundem. Corre-se até o risco de que eu seja inocentemente enquadrado nessa categoria. Pera lá, amizade, que papo é esse? Só porque eu escrevo textos com um teor um pouco mais extravagante já vens me chamando de moderninho (esse inho já entrega logo o jogo das tuas intenções)? Comigo não é assim não! Eu monto na lambreta, monto na Agrale! Esse Agrale por si só já é um atestado da minha não-modernice. Modernidade ainda vá lá, agora modernice pela modernice é algo que eu dispenso, e não quero que me associem a isso.

Não compactuo.

Vade Mecum, Satanaez!

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ravel 2000

Eram dois meninos. Olhando de longe poderíamos até dizer que eram os tais dos meninos no vagão, da canção de Jorge Vercilo. Aquele do Homem Aranha.

Na verdade eles nem era tão meninos assim. Ambos já estavam bem entrados nos vinte anos, beirando os trinta, inclusive. Eram simplesmente inseparáveis. Ond eestavam um, era impossível não dar de cara com o outro. Semblantes que chega se mesclavam. Tipo John Lennon e Paul McCartney, feijão e arroz, goiabada e queijo prato, manga Tommy e uva Thompson.

Dia desses, só para variar, os dois amigos estavam juntos, na casa de um deles. Estavam eles dois e mais o pai de um deles. Nem vale dizer de qual deles era a casa e o pai, isso não vai interferir em nada em nossa narrativa. Além do que, se eu nem mesmo sei o nome dos dois, quanto mais saber de quem era a casa, né?

Voltando à estória:

O pai anteriormente citado disse algo engraçado e os dois guris puseram-se a rir com gosto. O pai parou, observou, e depois comentou:

- Caramba, pasmei-me. Com a conviv~encia pra lá de acirrada vocês ficaram muito parecidos. Até as suas risadas em uníssomo são indistinguíveis.

Os dois meninos do vagão pararam meditabundos, sem saber se aquilo era um elogio ou um veto. E foi exatamente isso o que perguntaram, os dois juntos. E receberam essa resposta:

- Acho bonita essa amiga que de grega não tem nada. Mas agora vocês realmente me assustaram! Não até que até as falas do grande Teatro da vida vocês reproduzem juntos? Olha, vamos fazer o seguinte. Acomodem-se, assistam um pouco do programa favorito de vocês na TV. Mas, muito importante, não saiam daí!

E foi correndo pro seu quarto pro telefone, chamar um padre.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

A melodia dos feijões gigantes

Foi assim o discurso naquela noite ilustre:

"Em primeiro lugar, gostaria de agradecer do fundo do meu coração a todos os presentes. Seria mais correto eu dizer que nem preciso ir ao fundo do meu coração para agradecê-los , já que na data de hoje ele está abarrotadinho de grandes felicidades!

Com o lançamente deste meu primeiro livro pela RGE estou mais perto de ser um homem em toda a sua plenitude, seguindo aqueles velhos dizeres. Senão, vejamos:

Escrevi um livro, e a prova irrefutável desse fato é esta noite de hoje.

Se não me falha a memória, quando eu tinha lá os meus sete, oito anos eu fiz um ligeiro cultivo de vegetais. Grãos de feijão em um copo, com algodões embebidos em água fresca, dentro de um copinho plástico. Isso conta?

Filhos, pelo menos até o momento ainda não tive. Quanto a tê-los no futuro... quem sabe não é?

Tinha também uma outra coisa que você tinha que fazer pelo menos 3 vezes na vida, para se tornar um homem de verdade... infelizmente a minha memória me trai, e eu definitivamente não consigo me lembrar.

Prometo que, se ao longo da noite eu me lembrar do que se trata, virei corendo ao microfone para dizer, tal qual as colegas de auditório do Senor Abravanel naquela parte d seu programa Qual é a Musica.

De qualquer forma, reitero aqui os meus agradecimentos a todos. Vocês trazem a boa estrela da sorte estampada às suas faces!"

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Drenagem e demanda

Um amigo chega para o outro, no meio de uma discussão sobre música rock e diz:

- Ah, sim, eu adoro o Led Zeppelin, mas o que eu amo mesmo é Tool!

- Você quer dizer como amigo, ou no sentido proibido de amor entre pessoas do mesmo sexo?

- Como é que é?

- Ué, você acaba de dizer que me ama. Fico até emocionado pela consideração, mas infelizmente terei que cortar o seu barato, pois o meu negócio mesmo é mulheres do sexo feminino. Desculpa, cara. Mas que continuemos sendo os mesmos bons amigos de sempre, certo?

- Não , cara. Que absurdo! Eu também só gosto de homem pra ser amigo, e nada mais. Eu tô falando da banda!

- Ah, sim! Eu também acho foda o Tull! Principalmente os 4 primeiros discos, até o Aqualung. Se bem que o War child é um disco mais do que interessante. Eles deram uma urbanizada no seu som nesse disco, mas sem perder a sua grande qualidade musical.

Nessa hora chega na sala o pai do rapaz que adora o Tool. Cumprimenta o amigo do seu filho e, empolgado, fala com propriedade sobre a banda inglesa:

- Então você e um fã ardoroso do Jethro Tull, hein? Acompanhei a banda com emoção até o lançamento do A, em 1980. Eu tinha todos os discos. Mas, sei lá, enjoei, sabe? Os trabalhos que eles lançaram de Bradsword and the Beast em diante, e outras circunstâncias da minha vida, fizeram com que eu ficasse um bocado desgostoso e vendesse esses discos por preços irrisórios para aquele sebo que tinha ali na Pau-Ferro, o Papel & Vinil. Hoje em dia eu sou fanzaço do Slash.

- Poxa, pai. Que decadência, hein? De Martin Lancelot Barre pra Saul Hudson o seu critério de avaliação caiu muito , hein? Daqui a pouco você vai me dizer que vai lá nas lojas de disco da galeria da Saenz Pena procurar discos do Zebra!

- E por que não?

- E por que sim?

terça-feira, 7 de abril de 2009

10.000 pés

Naquela época tínhamos apenas dois televisores em casa. Um ficava na sala, que era o aparelho pra "batição", pra toda hora. Uma pequeno televisor "pretibranco", como diriam alguns. No quarto dos meus pais ficava o bom e velho televisor a cores e valvulado. Uma caixa imensa (pelo menos para os meus olhos de petiz) de madeira, que levava o que parecia meia eternidade até que finalmente aparecesse a imagem no seu tubo. Só tinhamos direito de usar esse aparelho em grandes ocasiões, como filmes do Superman e os Vesperais de Sábado da Rede Manchete.

Não era raro uma coisa me intrigar. Vez por outra eu tinha a estranha impressão de que o televisor da nossa sala, o "pretibranco", ficava com uma ou outra mesclados às suas cores básicas de praxe. Às vezes um pouco de vermelho, outras alguns sombreados de azul. Ter que ver todos os meus programas favoritos (que não eram poucos , acreditem) sempre assim, sem as suas verdadeiras cores, era uma verdadeira chateação para mim. Imaginem uma pobre criança com pouco mais de meia dúzia de primaveras, tendo que vibrar e torcer pelos seus heróis sem nem mesmo ter certeza das cores das roupas que eles estão a usar, por exemplo.

Pouco me importaria se a televisão National da casa dos outros estava ou não virando Panasonic! O que eu queria mesmo, do fundo do meu pequeno coração, era que o nosso aparelho televisor virasse um aparelho a cores...

domingo, 5 de abril de 2009

Ad Eternum

Ah, que cada hora sem ela para mim equivale a um dia inteiro.
E cada mancada que dou retumba em minha cabeça como uma catátrofe.
Amor em grande quantidade, amor para sempre.
Que signifique a vida para mim, até o fim.

Ah, age de forma eficaz, transformando todo o resto em coisa nenhuma.
Traz a paz para o meu coração aflita, significando tudo para mim.
Se te dou trabalho fazendo ligar o seu PC, conectar, e coisa e tal,
peço desculpas, eu não conseguiria dormir sem que antes tivesses lido isso.

Veja bem se é GE

Hoje em dia o bom é ser desligado. Andar meio desligado, que seja. Quanto mais desligado melhor. Quero dizer no sentido de ligar aparelhos elétricos, acender lâmpadas. Fazer isso o mínimo possível.

O planeta agradece.

copos sujos

E qual não foi a surpresa da Caíque quando tocam a sua campainha? Encontra o seu amigo, vulgo Juninho. Até aí nada demais, afinal esses dois estavam sempre se encontrando. O toque de elegância eu deixo para este momento ( que ainda não é o fim, para onde geralmente deixamos os toques de elegância). Juninho não estava sozinho. Escondida agachandinha no lado de fora do muro da casa de Caíque estava Carlota Valdez.

Ah, sim, Carlota Valdez, perfeitamente... mas, afinal, quem seria Carlota Valdez?

Carlota valdez não é só o nome de uma canção popular de uma banda de Seattle chamada Harvey Danger. É também o nome da primeira namoradinha de Caíque. A guria em questão acabou mal falada entre os familiares de Caíque depois que ela se mudou para a Islândia e antes que vocô possa falar "lápis" ela arrumou um namoradinho por lá. Vai saber se esse "um" aqui tem a qualidade de numeral cardinal ou de artigo indefinido, no sentido de, digamos, um e outro.

Mas Caíque pouco se importou. Como bom jovem do século XXI, ele acha esses leros de possessão de quem se ama e de ciúmes uma transa pra lá de draculesca. E continuou amando Carlota Valdez. Tanto é que, tal qual um boneco, abriu um sorriso de orelha a orelha, expondo todo o seu teclado, logo que reencontrou a tal guria. Apesar de todo esse papelão, de ela aparecer escondida no muro de Caíque, e ainda mais acompanhada de Juninho...

Ainda bem que Caíque não parou para somar dois mais dois.

Baquetas malandras

Será a explosão hormonal da adolescência, assim como a fúria típica dessa idade, bem recompensada? Vejamos o "causo" abaixo. Para não comprometer nenhuma das partes envolvidas usaremos "nomes de guerra".

Caqui era um adolescente com todo o fulgor da juventude. uma exploasão ambulante, poderíamos dizer. Apaixonou-se pelas curvas de Flávia Verônica, que segundo Caqui eram mais do que bem desenvolvidas para a sua idade. Mas é lógico que ele não usou essas expressões para defini-la. Foi de "filezão" pra baixo, E bota baixo nisso...

É importante ressaltar que Flávia Verônica é amiga inseparável da irmã de Caqui, Ollie Via - que, ouso dizer, é uma verdadeira boneca, nos melhores moldes pernambucanos. Vale falar esse fato pois foi através de Ollie Via que Caqui soube de algo que o deixou deveras decepcionado, mais até mesmo do que Raul Seixas naquela sua canção popular. Com Corcel 73 e tudo.

Dia desses Caqui chegou em casa falando alto para quem quisesse ouvir, exaltando os atributos físicos de Flávia Verônita. Mas logo Ollie Via foi jogando um balde de água geladíssima nas fantasias de Caqui, ao revelar que, por debaixo da blusa, por dentro de seu soutien, Flávia Verônica usava, acreditem vocês, meias, para que ficasse mais vistosa perante os guris.

Mas como Caqui é um espírito superior, não deixou com que essa estranha notícia abalasse os seus nobres (até que ponto?) sentimentos para com Flávia Verônica.

Ficamos por aqui. Não vamos acompanhar a vida dessa gente em idade de crescimento, pois não se trata de um folhetim.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

O fino da capilaridade circular

DEPOIS DE TANTOS ANOS DE EVOLUÇÃO INDUSTRIAL E TECNOLÓGICA... ERA SÓ O QUE FALTAVA. AGORA AS MÁQUINAS, EM ESPECIAL OS COMPUTADORES, RESOLVERAM ADQUIRIR VONTADE PRÓPRIA! ASSIM NÃO SE PODE VIVER!

PRIMEIRO FORAM AS MULHERES. ALGUÉM BOTOU NAS CABEÇAS DELAS (REALIZEM, ELAS NUNCA CHEGARIAM A UMA CONCLUSÃO DESSAS SOZINHAS, NEM QUE LEVASSEM GERAÇÕES INTEIRAS CONCATENANDO COM ESSES PENSAMENTOS) QUE ELAS NÃO SÓ PODERIAM COMO DEVERIAM VOTAR, TRABALHAR FORA DE CASA, E ATÉ MESMO EXIGIR O DESQUITE CASO SE SENTISSEM SUFOCADAS NO MATRIMÔNIO. AH, SE EU PEGO O RESPONSÁVEL POR ESSE MOTIM...

AS MÁQUINAS DEVERIAM SE DAR POR SATISFEITAS PELO FATO DE NÃO EXIGIRMOS DELAS CERTOS SERVIÇOS QUE DELEGAMOS ÀS MULHERES, EM UM GESTO SOBERANO DE CARIDADE POR ESSAS POBRES COITADAS, COMO, POR EXEMPLO, LAVAR ROUPAS NO TANQUE DE PEDRA.

E QUER SABER POR QUE LIVRAMOS A CARA (SIC) DAS MÁQUINAS EM RELAÇÃO A ISSO? PELO ÓBVIO ULULANTE FACTO DE QUE , SE ELAS SE EMPENHASSEM NESSA TAREFA, CERTAMENTE ENFERRUJARIAM OU DARIAM CURTO CIRCUITO EM POUQUÍSSIMO TEMPO.

(o trecho acima foi extraído do livro "Calça Corsário", do escritor húngaro Franziescque Buartzwmann-Rollanz. Tradução livre de Maitê Proença)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Dizer o quê? Pra quem? Quando? E por quê?

"E você ousa pensar que eu me
darei ao trabalho de descer daqui do
meu Monte Olimpo, abrir mão de
minha fleugma, para trocar vocábulos
com a sua pessoa. Tem graça, hein? Mas
nem que, após eu fazer isso, eu fosse conduzi -
do de volta para cá sobre asas de um
Albatroz, ou então de um abetouro"
(Marcos mena)

Rogério d'Águas, à época recém chegado de Coimbra, estava repousado tranqüilamente na praia de algum daqueles bairros da Zona Sul carioca (sempre...), tocando um fado no seu violão, quando chega um grupo de jovens com aquele jeito de descolados. Entre eles estava um rapaz que dizia fazer e acontecer. Comeu fulana, compôs tal música que tal cantor popular cantava na rádio, em programa patrocinado pelas balas Fruna... Nelsinho era o seu nome.

Dentre esse grupo de jovens havia também um jovem rapaz de traços finos, rosto querubínico, jeito muito tímido, e grandes olhos cor de ardósia. Francesco Buarche Jeronimous Bosch III.

Nelsinho, escandaloso como ele só, praticamente implorou para que Rogério d'Águas emprestasse por breves minutos a sua usina de belas melodias para que o jovem rapaz paulistano desse uma rápida amostra do seu talento. Rogério d'Águas , a fins de se enturmar nessa turma aparentemente tão bacana, aceitou o pedido.

A voz do menino era um suplício, é verdade. Mas por alguma razão, aquela montoeira de rimas de "ão" com "ão" teve como resultado a atração de várias moças, uma mais bonita que a outra, que pareciam brotar do chão. Foi a gota d' água. E por falar nisso...

Rogério d'Águas, muito irritado, pegou de volta o seu Del Vecchio, praguejou até não poder mais, e sentou-se ao lado do jovem Parreira, que comia uvas.