quarta-feira, 1 de abril de 2009

Dizer o quê? Pra quem? Quando? E por quê?

"E você ousa pensar que eu me
darei ao trabalho de descer daqui do
meu Monte Olimpo, abrir mão de
minha fleugma, para trocar vocábulos
com a sua pessoa. Tem graça, hein? Mas
nem que, após eu fazer isso, eu fosse conduzi -
do de volta para cá sobre asas de um
Albatroz, ou então de um abetouro"
(Marcos mena)

Rogério d'Águas, à época recém chegado de Coimbra, estava repousado tranqüilamente na praia de algum daqueles bairros da Zona Sul carioca (sempre...), tocando um fado no seu violão, quando chega um grupo de jovens com aquele jeito de descolados. Entre eles estava um rapaz que dizia fazer e acontecer. Comeu fulana, compôs tal música que tal cantor popular cantava na rádio, em programa patrocinado pelas balas Fruna... Nelsinho era o seu nome.

Dentre esse grupo de jovens havia também um jovem rapaz de traços finos, rosto querubínico, jeito muito tímido, e grandes olhos cor de ardósia. Francesco Buarche Jeronimous Bosch III.

Nelsinho, escandaloso como ele só, praticamente implorou para que Rogério d'Águas emprestasse por breves minutos a sua usina de belas melodias para que o jovem rapaz paulistano desse uma rápida amostra do seu talento. Rogério d'Águas , a fins de se enturmar nessa turma aparentemente tão bacana, aceitou o pedido.

A voz do menino era um suplício, é verdade. Mas por alguma razão, aquela montoeira de rimas de "ão" com "ão" teve como resultado a atração de várias moças, uma mais bonita que a outra, que pareciam brotar do chão. Foi a gota d' água. E por falar nisso...

Rogério d'Águas, muito irritado, pegou de volta o seu Del Vecchio, praguejou até não poder mais, e sentou-se ao lado do jovem Parreira, que comia uvas.

Um comentário:

Unknown disse...

Humor aguçado. Parabéns.