quarta-feira, 8 de abril de 2009

Drenagem e demanda

Um amigo chega para o outro, no meio de uma discussão sobre música rock e diz:

- Ah, sim, eu adoro o Led Zeppelin, mas o que eu amo mesmo é Tool!

- Você quer dizer como amigo, ou no sentido proibido de amor entre pessoas do mesmo sexo?

- Como é que é?

- Ué, você acaba de dizer que me ama. Fico até emocionado pela consideração, mas infelizmente terei que cortar o seu barato, pois o meu negócio mesmo é mulheres do sexo feminino. Desculpa, cara. Mas que continuemos sendo os mesmos bons amigos de sempre, certo?

- Não , cara. Que absurdo! Eu também só gosto de homem pra ser amigo, e nada mais. Eu tô falando da banda!

- Ah, sim! Eu também acho foda o Tull! Principalmente os 4 primeiros discos, até o Aqualung. Se bem que o War child é um disco mais do que interessante. Eles deram uma urbanizada no seu som nesse disco, mas sem perder a sua grande qualidade musical.

Nessa hora chega na sala o pai do rapaz que adora o Tool. Cumprimenta o amigo do seu filho e, empolgado, fala com propriedade sobre a banda inglesa:

- Então você e um fã ardoroso do Jethro Tull, hein? Acompanhei a banda com emoção até o lançamento do A, em 1980. Eu tinha todos os discos. Mas, sei lá, enjoei, sabe? Os trabalhos que eles lançaram de Bradsword and the Beast em diante, e outras circunstâncias da minha vida, fizeram com que eu ficasse um bocado desgostoso e vendesse esses discos por preços irrisórios para aquele sebo que tinha ali na Pau-Ferro, o Papel & Vinil. Hoje em dia eu sou fanzaço do Slash.

- Poxa, pai. Que decadência, hein? De Martin Lancelot Barre pra Saul Hudson o seu critério de avaliação caiu muito , hein? Daqui a pouco você vai me dizer que vai lá nas lojas de disco da galeria da Saenz Pena procurar discos do Zebra!

- E por que não?

- E por que sim?

Um comentário:

ELENA BARROS disse...

Morro de medo dessas amizades gregas...