domingo, 26 de abril de 2009

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Muitos pensam que a vida aqui na Turquia é mole, ficar deitado comendo tâmaras maduras enquanto osu abanado por serviçais, mas vou logo dizendo que não é mole não. Aliás, as tâmaras maduras eu confesso que até como, e sem fazer caretas, até gosto, mas não sou abanado, e muito menos por serviçais.

Para começar, só temos uma emissora de TV e uma emissora de rádio ondas curtas, ambas estatais. Quando passa um jogo de football, por exemplo (que é um desporto do qual não gosto nem um pouco) eu vejo-me obrigado a desligar o televisor. E para isso eu tenho que ir até o telefone público na rua (telefones particulares são um privilégio apenas para as pessoas jurídicas) e pedir para que a telefonista Schooschä entre em contato com a Casa-sede do governo para que ele me dê a autorização para que eu possa desligar o aparelho. Pra ligá-lo devo fazer a mesma operação.

Uma vez ligada a TV, na hora dos comerciais ouso dizer que mais de 90% dos reclames são referentes a instituições financeiras. E como a TV é preto e branca nem assim a gente consegue ver a cor do dinheiro.

Da rádio então, menos ainda tenho para falar. Durante a maior parte do tempo tudo que eles transmitem são as mesmas canções folclóricas desde mil novecentos e vovô ainda com as duas mãos, antes de tê-las cortadas por olhar de soslaio pra uma jovem na rua. Para ouvir meus grandes ídolos locais, como Erkin Koray, Cem Karaca e Baris Manço, tenho que passar por uma verdadeira sabatina até conseguir os discos. Bandas internacionais como os Beatles e os Rolling Stones então...

Vida noturna é algo que simplesmente inexiste aqui em Ankara. Nem o bingo da cachaça a gente tem.

Assinado,

Nassif, moço bonito.

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