Não cresci em Gotham City, mas aos quinze anos eu ia e voltava sozinho da Tijuca à nite, onde eu fiz o meu Científico, como era chamado na época.
Chegava eu em casa geralmente entre onze e trinta e meia-noite. Era chegar em casa, servir-me da refeição norturna ora fria ora requentada pela minha pessoa (quando eu estava com um pouco mais de disposição) e sentar-me à frente do televisor cheio de estática (era pré-TV a cabo) para ver o Jô Soares Onze e Meia no Sistema Brasileiro de Televisão.
Olhando agora para trás, com a reconfortante distância do tempo, fico a questionar o que poderia me causar maior desgosto: chegar em casa tão tarde, comer a comida requentada ou bóia fria, ou então deparar-me com José Eugênio Soares na TV cheia de estática e de estatísticas.
Só seria eu livre se saísse de Gotham City, caso eu tivesse nascido e sido criado lá?
terça-feira, 21 de abril de 2009
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Um comentário:
Será q nessa época o Dodô já tinha peitinho e quartinho?
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