terça-feira, 21 de abril de 2009

dodô do peitinho

Não cresci em Gotham City, mas aos quinze anos eu ia e voltava sozinho da Tijuca à nite, onde eu fiz o meu Científico, como era chamado na época.

Chegava eu em casa geralmente entre onze e trinta e meia-noite. Era chegar em casa, servir-me da refeição norturna ora fria ora requentada pela minha pessoa (quando eu estava com um pouco mais de disposição) e sentar-me à frente do televisor cheio de estática (era pré-TV a cabo) para ver o Jô Soares Onze e Meia no Sistema Brasileiro de Televisão.

Olhando agora para trás, com a reconfortante distância do tempo, fico a questionar o que poderia me causar maior desgosto: chegar em casa tão tarde, comer a comida requentada ou bóia fria, ou então deparar-me com José Eugênio Soares na TV cheia de estática e de estatísticas.

Só seria eu livre se saísse de Gotham City, caso eu tivesse nascido e sido criado lá?

Um comentário:

ELENA BARROS disse...

Será q nessa época o Dodô já tinha peitinho e quartinho?