sábado, 29 de novembro de 2008

pule salte pule

Coabitação involuntária? A sinopse seria mais ou menos assim: um jovem casal mora em uma cidade na fronteira do país, e junto com eles moram seus dois filhos e 3 crianças alienígenas. Ele é um adestrador e psicólogo de cães que tem os seus serviços sempre anunciados na Rede Bandeirantes de Televisão. Ela é uma cantora que será sempre lembrada como um jovem talento que vendeu muitos discos enquanto gravava pela Discoban. O seu filho mais velho apanhava na escola do Cauê, do programa Bom Dia e Companhia, do Sistema Brasileiro de Televisão. E a menina está no primeiro ano do ensino fundamental aprendendo a ler e a escrever. Ainda não tem a mínima idéia de qual é a sua missão em nosso planeta, e, ao contrário dos outros 3 membros da sua família e das três crianças, nunca leu Alan Kardek ou o Cândido. Na verdade boa parte da féria recebida por ele, o pai da família, vem do adestramento, pois pouca gente leva a sério a psicologia canídea. Já o adestramento muitas vezes mostra-se necessário. Principalmente o adestramento dos ouvidos, antes da audição de bandas como The Jesus and Mary Chain e My Bloody Valentine. Mas pra quem tem dinheiro sobrando e juízo de menos, por que não levar o cão para uma consulta? Imagine a cena. Você é um endinheirado capitalista que não sabe mais em que gastar o seu rico dinheirinho. E por algum acaso você tem um lulu da Pomerânia. Um belo dia você está em sua casa à tarde e vê um programa da TV Bandeirantes onde aparece um anúncio para psicólogo de cães. Olha, que maravilha! Mais um lugar para jogar o meu dinheiro fora! Você toma nota do telefone que aparece no seu vídeo, e na mesma hora passa um telefonema para esse psiquiAUtra. Consulta marcada, lá vai você com o seu lulu da Pomerânia que, apesar do semblante, é macho. O mesmo pode se dizer da sua pessoa. O dotô o recebe, cumprimenta a sua pessoa e a "pessoa" do lulu da Pomerânia, que se chama Jabs, e adentram o consultório. O dotô pede para você esperar do lado de fora, para não constranger o Jabs, que segundo o dotô parece estar um tanto quanto sorumbático, macambúzio mesmo. Uma hora depois termina a sessão, e aparentemente Jabs está com a mesma aparência. Mas você concorda com o dotô quando este lhe diz que Jabs já aparenta mais confiança e determinação. Mas mesmo assim o dotô recomenda mais algumas sessões, para que então o serviço possa se dar como concluído. Você, é lógico, concorda. O indivíduo faz cinco anos de universidade, mestrado disso, doutorado daquilo... como não acreditar no que ele diz? E então o dotô diz que você pode fazer o pagamento da sessão e o agendamento da sessão seguinte com a sua (do dotô, não do dono do Jabs) secretária. Você dá os 300 reais cobrados pela secretária, marca a consulta para dali a 2 dias, e sai feliz da vida por saber que o seu lulu da Pomerânia está recebendo uma ajuda inestimável.

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