sexta-feira, 7 de novembro de 2008

bonomia, bonomia...

hoje eu acordei um tanto quanto estranho. meio dalto mesmo. confesso que fiquei cheio de grilos. será que eu tô com aids, ou será que eu tô virando uma pessoa jurídica? por mais que as coisas se compliquem, eu fui educado para sempre tentar ver o lado bom das coisas. mas nesse caso fica meio difícil, pra não dizer muito, mas vamos lá. se eu estiver com aids vou poder me dar ao luxo de ter um disco galgando rapidamente todas as paradas de sucesso, e vão poder fazer várias piadinhas me relacionando a duchas elétricas de se tomar banho. e além disso ainda vou ser aclamado como o playboy mais rebelde de toda a música brasileira toda vez que eu abrir a boca pra falar qualquer besteira insignificante, que vindo da boca de outras pessoas soaria como uma babaquice completa. agora, e se eu de fato estiver virando uma pessoa jurídica? deixando bem claro que isso não é um homossexual que realizou a façanha de chegar ao fim da faculdade de direito. imagina virar um iron maiden? ser representado pelo monstrinho que é a alegria de toda a criançada? ser mascote de torcida de futebol? e imagina, pior ainda, estar com aids e virar uma pessoa jurídica ao mesmo tempo? já pensou, ser uma sociedade viva cazuza ambulante? agonizar em praça pública toda vez que eu for à padaria comprar pão? aí eu vou ter que virar (ou me tornar mais) judeu, e aprender a fazer pão em casa. levando-se em conta os meus parcos dotes culinários, tenho certeza e assino embaixo de que ficaria uma porcaria. uma gororoba que ninguém teria coragem de comer. uma negação da raça humana. uma aberração que tem que andar pelas ruas vagando totalmente desequilibrado, e com uma máscara cirúrgica pra não fazer com que as pessoas sejam obrigadas a respirar o mesmo ar contaminado que eu. ser todos e nenhum ao mesmo tempo. me tornar a mais nova sensação da som livre, virar uma cantorazinha neo hippie criada na zona sul, e que nunca teve que pegar um ônibus para madureira, nova iguaçu, covanca, vila da penha, jardim gramacho, brás de pina, e outras plagas. ser uma criatura lamentável, mimada. ficar passeando de van da lapa pra casa segurando um violão como se fosse um saco de batata. sim, a lapa , onde o rio de janeiro bem carioca for export é mais rio de janeiro bem carioca for export. mas aí já não seria mais uma pessoa jurídica ambulante, seria uma persona non grata com o poder de fazer com que energúmenos te adorassem. vá, deixe de ser um fenômeno exclusivo da sua zona sul, morando na frente da praia, da lagoa, vendo o cristo em todo lugar pra onde jogue os seus olhos. aaah, eu sou menos você, e sou mais eles. se você acha que ser moderninho é imitar o vinícius de moraes e a nara leão, vai fundo. mas, por favor, não me leve para o fundo desse poço contigo. não sou obrigado, eu não preciso do seu amor para desconectar.

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